O clima voltou a ficar tenso entre Dilma Rousseff e Aécio Neves no último debate antes das eleições, que acontecem neste domingo (Foto: Christophe Simon) |
Após
uma semana de relativa trégua entre os candidatos à Presidência da República
Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), o clima voltou a ficar tenso ontem,
no último debate antes do dia da votação, neste domingo. Ataques movidos por
denúncias de corrupção foram centrais no embate transmitido pela Rede Globo.
Aécio Neves abriu o último debate televisivo da eleição presidencial com
pergunta sobre reportagem publicada pela revista Veja à presidente Dilma
Rousseff.
Segundo
a revista, o doleiro Alberto Youssef disse em depoimento à Polícia Federal e ao
Ministério Público Federal, que Dilma e o ex-presidente Lula tinham
conhecimento do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras.
Aécio
perguntou à petista se ela, de fato, sabia do que ocorria. Dilma afirmou que
Veja faz “uma calúnia e uma difamação” a ela. “A revista Veja não apresenta
nenhuma prova do que faz. Eu manifesto aqui a minha inteira indignação. Essa
revista tem o hábito de , ao final das campanhas, tentar dar um golpe
eleitoral”, disse a presidente. “O povo não é bobo, o povo é sábio. Eu irei à
Justiça para defender-me”, afirmou.
O
presidente do PT, Rui Falcão, anunciou nesta sexta uma série de medidas
judiciais contra a revista Veja por causa da publicação da reportagem.
Aécio
seguiu com ataques a Dilma durante o primeiro bloco do debate. Questionou a
presidente sobre os investimentos em Cuba, com a construção do porto de Mariel
e disse ter documentos que provam que houve um financiamento atípico da obra.
Segundo
o tucano, a obra foi financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) para pagamento em 25 anos, quando o tempo normal para
outras empresas é de 12 anos. Aécio também disse que foram oferecidas menos
garantias de pagamento pelo governo cubano.
Dilma
rebateu dizendo que quem estabelece o prazo de pagamento e as garantias são as
empresas, e não o BNDES. “O governo FHC deu o mesmo empréstimo. Nós também
fizemos, mas beneficiamos quem? Brasileiros, que são empregados”, afirmou.
A
temperatura do debate entre presidenciáveis subiu após uma sequência de embates
sobre corrupção entre Dilma e Aécio. O tucano questionou a presidente sobre o
mensalão e a condenação do ex-ministro José Dirceu (PT), e a petista rebateu
dizendo que o mensalão mineiro, que envolve o ex-governador mineiro Eduardo
Azeredo (PSDB), nunca foi investigado. Nesse clima, a plateia reagiu com
aplausos e vaias às respostas dos candidatos, que levaram o apresentador
William Bonner a repreender os presentes no estúdio.
Aécio
disse que os eleitores irão às urnas sem saber o que Dilma pensa sobre o
mensalão. Também afirmou que a presidente poderia ter investigado todas as
suspeitas sobre o PSDB durante os anos de governo.
Dilma
respondeu dizendo que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) deixou que o tempo para investigações passasse e que os casos fossem
engavetados. A petista também afirmou que apenas o Ministério Público poderia
desarquivar os processos.
Com
informações O Povo Online
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