Dilma e Aécio antes do início do debate da Band (Foto: Futura Press)
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O
primeiro debate entre presidenciáveis, na Band, nesta terça-feira (14/10), deu mostras
do que serão os últimos dias de campanha. Em uma hora e meia de embate, Dilma
Rousseff e Aécio Neves trocaram acusações, se acusaram mutuamente de estarem
mentindo e não raro davam ou ouviam respostas com falas e gestos irônicos.
Faltando 11 dias para a votação, a expectativa é que o embate dê o tom da disputa.
Apoiada
em números do seu governo – e às vezes dos 12 anos de PT no Governo Federal,
Dilma cumpriu a promessa feita no primeiro bloco, o de confrontar os anos PSDB,
com Fernando Henrique Cardoso, e os do petismo no poder. Enquanto Aécio
exaltava o Plano Real e estabilidade econômica, Dilma erguia a bandeira as
conquistas sociais, como a redução de desigualdade.
Aécio
chegou a pedir para Dilma parar de "olhar no retrovisor" e discutir
propostas. A petista também aproveitou para atacar Armínio Fraga, ex-presidente
do Banco Central e ministro da Fazenda em um eventual governo tucano. O
controle da inflação foi usado pelos dois candidatos para ataques mútuos. Dilma
prometeu segurar o índice em 6,5%, e Aécio afirmou que a taxa está
descontrolada.
A
candidata do PT também insistiu na derrota de Aécio em sua terra, Minas Gerais,
que governou por oito anos. Aécio, por sua vez, lembrou que deixou o posto com
92% de aprovação.
Para
garantir que não pretende acabar com os programas sociais, Aécio citou dois dos
mais famosos para prometer melhorias no Bolsa Família e no Pronatec. A
paternidade do primeiro chegou a ser disputada entre os dois em determinado
momento do debate.
Aécio
defendeu a tese de que o Bolsa Escola, de “DNA tucano”, serviu de base para o
Bolsa Família: “O programa tem como pai Fernando Henrique Cardoso e mãe, dona
Ruth”. Dilma reagia com ironia e citava mais números: “O Bolsa Escola atendia 5
milhões de pessoas, enquanto o Bolsa Família é para 50 milhões”.
O
caso de corrupção na Petrobras também foi lembrado por Aécio. Dilma, por sua
vez, citou a construção do aeroporto no terreno de um tio do tucano, na cidade
de Cláudio (MG). Neste momento, ambos se acusaram mutuamente de serem levianos
e de mentirem.
Em
um momento de nítida irritação de Dilma, a petista enumerou vários escândalos
tucanos, como o do suposto cartel do metrô de São Paulo e até outros mais
antigos, como o da polêmica aprovação da emenda da reeleição, no governo de
Fernando Henrique e o caso Sivam. "Ninguém foi preso", cobrou Dilma.
Ao
acusar Aécio de desviar R$ 7,6 bilhões da saúde em Minas Gerais, o tucano
chamou a petista de "desinformada". Em resposta, Dilma sugeriu que as
pessoas consultassem o site do Tribunal de Contas mineiro, que comprovaria a
irregularidade.
Em
um dos momentos em que a plateia reagiu de forma mais ruidosa, Aécio disse
receber pedidos na rua para que ele "liberte" as pessoas do PT. Os
petistas chegaram a ensaiar uma vaia no estúdio.
Nas
considerações finais, Aécio agradeceu o apoio da família de Eduardo Campos e de
Marina Silva. Motivado pelas derrotas que teve no Nordeste, o tucano prometeu
fazer um governo “para todos” e não do “nós e ele”. O candidato foi muito
aplaudido pela ala tucana presente no estúdio.
Já
Dilma convidou os eleitores indecisos a uma reflexão sobre a capacidade de cada
candidato: “Quem pode garantir o que conquistamos e avançar?”. Questionou a
petista, que encerrou sua fala pedindo “humildemente” os votos dos brasileiros.
Antes mesmo de encerrar suas considerações finais, Dilma também foi
efusivamente aplaudida pelos petistas, que chegaram a gritar o nome da
candidata.
Com
o debate, a Band alcançou pico de 13,5 pontos no Ibope. A média, segundo prévia
do instituto, foi de 11 pontos. Na maior parte do tempo, a emissora ficou em
primeiro lugar na audiência. Veja a repercussão nas redes sociais.
Com
informações Portal Band News
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