O expediente
é previsível e manjado: às vésperas da eleição, a revista “Veja”, da Editora
Abril, lança uma edição com alguma denúncia “bombástica” contra candidaturas do
Partido dos Trabalhadores. Em 2002 e 2006, contra Luiz Inácio Lula da Silva; em
2010 e, agora, em 2014, contra Dilma Rousseff.
Até
aí, nenhuma novidade.
Ocorre
que, na incursão mais recente, “Veja” decidiu encomendar uma matéria de vida
útil curtíssima: o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da
Polícia Federal, teria dito a um ainda misterioso delegado que Lula e Dilma
participavam de esquemas de corrupção da Petrobras.
Imediatamente
após a divulgação da capa, a revista foi desmentida por ninguém menos que o
advogado do doleiro, Antonio Figueiredo Basto.
O
advogado de Youssef confirmou que o doleiro prestou depoimento à Polícia
Federal de Curitiba na última terça-feira, mas disse não ter conhecimento da
informação citada pela revista.
“Eu
nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de
corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele.
Estou surpreso”, afirmou Basto ao jornal “O Globo”.
Youssef
prestou muitos depoimentos no mesmo dia, sempre acompanhado de advogados da
equipe de Basto, mas ninguém ouviu uma só palavra daquilo publicado pela
“Veja”.
“Conversei
com todos da minha equipe e nenhum fala isso. Estamos perplexos e desconhecemos
o que está acontecendo. É preciso ter cuidado porque está havendo muita
especulação”, alertou o advogado.
Ainda
de acordo com “O Globo”, o depoimento citado pela revista não tem relação com
aqueles outros prestados à 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, divulgado
anteriormente.
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