O
brasileiro está mais identificado com ideias consideradas politicamente de
direita, segundo pesquisa O POVO/Datafolha. Do ano passado para cá, cresceu a
adesão às posturas ideológicas tradicionalmente identificadas com esse campo,
ao passo que caiu o apoio a posições de esquerda.
Em
novembro de 2013, havia empate técnico: 41% dos eleitores entrevistados tinham
inclinação à esquerda ou centro-esquerda, enquanto 39% assumiam posicionamento
oposto. Após nove meses, o resultado foi de 45% de apoio a posturas de direita
ou centro-direita, enquanto a adesão ao pensamento contrário caiu para 35%. No
centro, estabilidade: 20% nas duas pesquisas.
Para
traçar o diagnóstico do pensamento político brasileiro, o Datafolha perguntou
aos entrevistados sobre temas que envolvem comportamento e economia. A partir
das respostas, os eleitores foram classificados em escala de esquerda,
centro-esquerda, centro, direita e centro-direita.
A
pesquisa aponta aumento geral da adesão à direita e queda da esquerda, mas com
diferenças. Em relação ao comportamento, a hegemonia direitista é considerável:
55% demonstram mais identificação com esse campo, enquanto os posicionamentos
mais à esquerda somam 24%.
Mas,
quando o assunto é economia, as posturas de esquerda são majoritárias, embora
tenham tido variação negativa desde 2013. São 43% dos eleitores que se
identificam mais com posturas econômicas desse campo de pensamento, contra 30%
de adesão a conceitos de direita e centro-direita. Em novembro do ano passado,
havia contraste maior. Os percentuais eram de 46% e 26%, respectivamente.
O
Datafolha mostra que 65% da população do Brasil e 67% dos cearenses são
contrários à mudança da legislação que considera crime o aborto, salvo em casos
de estupro e de risco de vida da mãe.
A
pena de morte tem apoio de 43% dos brasileiros e 45% dos cearenses, enquanto
posições contrárias são de 52% e 47%, respectivamente. A proibição do comércio
de drogas tem apoio de 82% no Brasil e 84% no Ceará. A aceitação da
homossexualidade é defendida por 64% dos brasileiros e 63% dos eleitores
cearenses. E punição a adolescentes que cometem crimes igual à aplicada aos
adultos tem 76% de apoio no Brasil e 75% no Ceará. A pesquisa ouviu 10.054
eleitores em 361 municípios brasileiros entre 1º e 3 de setembro. A margem de
erro é de três pontos percentuais.
A
classificação em esquerda e direita remonta ao lugar que os grupos ocupavam na
Assembleia Nacional da Revolução Francesa. Associa-se direita à menor presença
estatal, enquanto a esquerda defende mais presença do Estado. Em relação ao
comportamento, a esquerda é vista como mais liberação e menos regulação. Mas
esses entendimentos mudaram ao longo dos tempos.
Com
informações O Povo Online
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