Cid Gomes fez discurso repleto de críticas indiretas aos adversários (Foto: Carlos Mazza) |
A
história política cearense escreveu ontem algumas de suas principais definições
para os próximos quatro anos. Em dia decisivo, Pros, PT e PMDB fizeram
convenções que lançaram os candidatos das maiores alianças que disputam o
governo do Ceará. Marcados por duros ataques entre antigos aliados, eventos de
Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB) tentaram um jogar ao outro a
pecha de “candidato dos poderosos”.
Em
convenção da base aliada no Centro de Fortaleza, Cid Gomes (Pros) lançou
oficialmente o petista Camilo à sua sucessão. Não muito longe dali, evento da
oposição no Benfica confirmou a já anunciada candidatura de Eunício. As vagas
de vice-governador e senador seguem em aberto e serão divulgadas na tarde de
hoje.
Apesar
de nascida entre líderes que permaneceram aliados por mais de sete anos,
disputa já deu sinais de que será das mais acirradas. “Aonde estão os barões da
política do Estado do Ceará? Os milionários, boa parte deles que enricou da
política? Tão do lado de lá.”, disse o governador Cid Gomes (Pros). O revide
veio em mesmo tom: “Vamos dizer aos poderosos de plantão: não adianta juntar os
poderosos ao redor sem juntar o povo”, afirmou Eunício.
O
acirramento não parou por aí. Em seu discurso, Cid Gomes acusou adversários de
estarem movidos pela “semente do ódio” e de “jogarem da cintura para baixo, na
canela”. Eunício, por sua vez, destacou que “sempre teve carteira assinada” e
que, ao contrário de seus adversários, não depende de governo para se manter
financeiramente. Troca
de ataques ocorreu sobre palanques heterogêneos, unindo antigos rivais.
Com
a candidatura do deputado estadual Camilo Santana, o PT terá seu primeiro
postulante ao governo do Ceará desde 2002. O partido, que sempre concorreu pelo
Estado mas que abriu mão das disputas de 2006 e 2010 para apoiar Cid, terá
agora o apoio do governador para voltar às corridas pelo Executivo estadual.
Com candidato petista, Cid terá na figura da presidente Dilma Rousseff seu
trunfo para a campanha.
Roberto Pessoa, Tasso Jereissati e Eunício Oliveira chegaram juntos à convenção (Foto: Edimar Soares) |
Já
candidatura de Eunício terá, no apoio de Tasso Jereissati (PSDB) ao senador, a
primeira aliança entre o “galeguinho” e o PMDB desde que ele trocou a legenda
pelo PSDB, em 1989. Chapa PMDB e PR marca ainda reencontro de Tasso e Roberto
Pessoa, antigos rivais no Estado.
A
coligação de Eunício inclui partidos que apoiam, para presidente, Dilma, Aécio Neves,
Eduardo Campos, Pastor Everaldo e José Maria Eymael. O
palanque estará aberto, segundo Eunício, que disse ainda votar em Dilma. “Cada
partido tem sua aliança nacional, que será respeitada”.
Os
cartazes e faixas no Ginásio Aécio de Borba não faziam nenhuma menção a
candidatos a presidente,nenhum dos nomes foi
pronunciado nos discursos.
Com
informações O Povo Online
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