O
professor José Nicolau dissertou sobre um tema que lhe é peculiar (Foto: Lucélia
Muniz)
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O
professor José Nicolau, graduado em história pela Universidade Regional do
Cariri ministrou ontem na Escola de Educação Profissional Wellington Belém de
Figueiredo, em Nova Olinda, Palestra sobre a "Violência no Futebol", dentro
do Projeto "Arraiá da Copa".
Assistiram
a palestra cerca de 180 alunos, das quatro turmas, onde foram apresentados
questionamentos pontuadas algumas razões para tentar explicar a violência entre
"torcidas", dentre elas o modelo de sociedade consumista construído
no Brasil, que valoriza a individualidade, o banal e o vazio; a juventude, cada
vez mais esvaziada de consciência social e coletiva e o prazer e a excitação
gerados pela violência ou pelos confrontos agressivos
“Fizemos
um passeio pela história, onde frisamos que nem sempre o futebol foi um esporte
de massa. Ao contrário, nasceu elitista, onde negros, mestiços e pobres eram
proibidos de jogar.” Argumento Nicolau.
Para
o professor José Nicolau o futebol foi palco de um amplo espaço de exclusão e
discriminação social, como enfoque principal o Racismo como um dos principais
atos de violência e um dos cânceres sociais, costumeiramente alimentado.
“Citamos
o Vasco da Gama que no memorável torneio de 1923 abriu espaço para negros,
pardos e populares para o interior de time de primeira grandeza, mesmo tendo
como consequências o rompimento com as instituições dirigentes – divisão essa
só sanada com o Jogo da Amizade (América x Vasco, nos anos de 1930), já sob
insistência do Governo de Getúlio Vargas” citou o professor.
No
final o professor altaneirense citou o discurso “emburrecedor” da mídia e suas
constante programações que reforçam essa prática, ressaltou que a história do
futebol e as violências nele contida, não pode ser contada sem que se faça uma
análise crítica.
“Por
ela, percebemos que o público e, principalmente, o jogador negro (também
árbitros) foram, ainda, durante bastante tempo alvo de discriminação, como nas
famosas histórias do encobrimento das características étnicas de negros com o
uso da “boina” e do “pó de arroz” em pleno gramado, como construiu-se a imagem
do Fluminense carioca” ressaltou Nicolau.
O
professor encerrou a palestra com essa assertiva: “O racismo é a raiva de uns
que causa dor em outros. Assim, além da educação e do uso da lei, importa
também, e muito, a corajosa e inteligente reação dos próprios jogadores,
negando-se a aceitar a regra do silêncio e do desconhecimento “olímpico” do
ódio gratuito. O racismo se responde com educação e ao racista com a força da
lei”.
“Quanto
a experiência, posso dizer que foi muito gratificante. Os alunos a todo o tempo
participaram da discussão e, isso, engrandece qualquer profissional, afinal de
contas trazer o alunado para junto do debate não é tarefa fácil” disse
empolgado o professor José Nicolau.
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