Açude Tabocas em Altaneira já alcançou seu limite máximo (Foto: Joaquim Neto) |
A
média de chuvas em abril foi de 97,6 milímetros no Ceará, o que fez com que o
volume total dos açudes aumentasse 10% em comparação com o mês de março. O
assessor técnico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), Yuri
Castro, destacou que foram identificados aportes significativos na Bacia de
Salgado, que tem seis açudes com volumes acima de 50%; e nos reservatórios Orós
(58,64% de armazenamento) e Castanhão (39,6%).
“No
caso do Castanhão, o aporte foi menor do que ele poderia apresentar, mas foi
expressivo. São aportes que, além de pequenos, são irregulares”, afirmou.
Conforme Yuri, o impacto desses abastecimentos acaba não sendo o esperado por
terem ocorrido em regiões que já estavam com bom volume.
As
chuvas no Ceará, no primeiro quadrimestre de 2014, com acúmulo de 394,5 mm, não
promoveram fortes alterações nos números de reservatórios em alerta. Dos 139
açudes monitorados, 99 ainda estão com volumes inferiores a 30% e metade das 12
bacias hidrográficas cearenses não apresentou aumento do volume d’água. De
acordo com dados da Cogerh, 10 açudes não têm sequer 1% de água armazenada.
Previsões
da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontam que,
até segunda-feira, haverá precipitações em todas as regiões do Estado,
principalmente na parte Centro-Norte. Para os próximos meses, entretanto, as
perspectivas do órgão continuam a ser de chuvas abaixo da média histórica.
Entre as 7 horas de quarta-feira e as 7 horas de ontem, choveu em 63
municípios. Na Capital, a chuva foi de 25,6 mm.
O
período chuvoso cearense, de acordo com Yuri, tem média histórica de até 750mm,
quase 50% a mais do alcançado até agora. Por isso, apesar das chuvas das
últimas semanas, os aumentos percentuais de abastecimento são pequenos. No
açude Adauto Bezerra, na Bacia do Médio Jaguaribe, que registrou a maior
precipitação deste mês, de 170 mm, o volume passou de 10,82% para 17,3%. No
Forquilha, Bacia do Acaraú, as chuvas de abril acumularam 128 mm, mas o aumento
percentual de volume foi de apenas três pontos percentuais (27,26% para
30,47%).
“É
pequeno porque estamos muito abaixo da média, cerca de 60% a menos do que
deveria ser. Então, para que haja aporte mais significativo seria necessário
que as precipitações fossem sempre acima dos 100 mm, sem serem espaçadas ou
irregulares”, avaliou o assessor técnico da Cogerh. Em alguns locais do
Interior, salientou Yuri, é possível ver a vegetação mais verde e plantações
exuberantes. “Mas não há o escoamento superficial, quando excede a acumulação
pela infiltração do solo”, frisou, ressaltando que essa absorção é variável
pelas diferentes características de solo do Estado.
Enquanto
as chuvas não se aproximarem das médias históricas, adutoras emergenciais,
poços profundos e cisternas, além de abastecimento por carro-pipa continuam sendo
as medidas para evitar desabastecimentos. Cerca de 400 quilômetros de adutoras
deverão fazer a água chegar a algumas sedes municipais com maiores
criticidades, como Canindé, Crateús, Nova Russas, Quiterianópolis e Caririaçu.
Segundo
dados do Portal Hidrológico do Ceará, o açude Valério, mais conhecido como
Pajeu, está com 67% de sua capacidade, mas ainda continua recebendo aguas da Lagoa
do Sapo e do Açude Tabocas.
Com
informações O Povo Online
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