Senadores acreditam que o novo marco regulatório dará mais segurança (Foto: José Cruz) |
Mesmo
com divergências durante o processo de votação, senadores da oposição e do
governo comemoraram a aprovação ontem (22/04) do Projeto de Lei do Marco Civil da
Internet. A matéria, que gerou muita polêmica e precisou de meses para ser
votada na Câmara, foi aprovada em votação simbólica no plenário do Senado, por
unanimidade.
Ao
final da votação, a principal observação entre os senadores era que o novo
marco regulatório dará mais segurança a empresas e cidadãos brasileiros no que
se refere às suas atividades na rede mundial de computadores. “Estamos falando
de problemas diários, que a gente coloca o Brasil numa condição de dar solução.
São pessoas que são expostas, são pessoas que muitas vezes são invadidas na sua
privacidade, são empresas que são fraudadas, são dados que são colocados a todo
custo. E o projeto, se não é perfeito como muitos disseram, coloca o Brasil no
que há de moderno neste instante na legislação, inclusive cuidando da
legislação internacional, cuidando da relação com outros países”, declarou o
senador Wellington Dias (PT-PI).
O
senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) foi relator ad hoc da matéria no plenário
(escolhido para ler o relatório de parlamentar que não estava presente). Para
ele, o fato de o texto ter sido construído em diálogo com todos os setores da
sociedade, interessados, traz grande mérito para o projeto. “O resultado foi um
texto maduro, equilibrado e inteligente, que balanceia os direitos e obrigações
dos usuários”, disse.
Classificando
a aprovação do novo marco regulatório como um avanço na democracia brasileira,
o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) lembrou que o assunto não está encerrado.
Ele citou diversos projetos que tramitam no Congresso, destinados a
regulamentar a utilização de meios eletrônicos para diversos fins e que
precisam ser aprovados. “Acho que temos um avanço. Temos outros instrumentos
importantes para avançar, como a regulamentação do comércio eletrônico, que
está tramitando no plenário do Senado. Precisamos aprovar a proposta de emenda
à Constituição, já aprovada no Senado Federal, que reduz o número de
assinaturas para os projetos de iniciativa popular e permite que as assinaturas
possam ser feitas digitalmente, porque são todos instrumentos que contribuem
para aprofundar a democracia”, enfatizou.
Mesmo
criticando o que chamou de “rolo compressor” do governo para votar a matéria
hoje, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também elogiou a aprovação do projeto.
Ele reclamou a falta de mais tempo para os senadores discutirem o assunto e
terem espaço para melhorar ainda mais o texto, mas disse que o projeto é uma
“vitória para toda a sociedade” e não deve ser partidarizado. “O novo marco
regulatório é, sem dúvida, um avanço, porque mantém a neutralidade da rede, que
é uma vitória de toda a sociedade”, disse no fim da votação.
O
também oposicionista Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) votou a favor da matéria,
inclusive no momento em que os líderes do governo manobraram para permitir que
ela fosse votada ainda hoje. Embora outros partidos de oposição, como
Democratas e PSDB, tenham se posicionado contrários à votação do projeto agora,
Randolfe votou a favor. “Para que o Brasil tenha a sua constituição da internet
atendendo aos princípios de neutralidade da rede, da liberdade de expressão e
da privacidade, o PSOL encaminha o voto 'sim'. Em especial para não atender às
pressões das "teles', e pela mobilização da sociedade civil organizada, o
voto do PSOL é 'sim' ao requerimento pela inversão de pauta”, ressaltou.
Com
a aprovação do projeto sem alterações, em relação ao texto enviado pela Câmara
dos Deputados, a matéria seguirá direto para sanção da presidenta Dilma
Rousseff.
Com
informações Agência Brasil
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