Sessão Plenária do STF de ontem (02/04) (Foto:Carlos Humberto) |
Um
pedido de vista do ministro do STF Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar
Mendes, adiou ontem a conclusão do julgamento sobre a participação de empresas
no financiamento de campanhas eleitorais, que atualmente são os maiores
doadores de políticos e partidos. Apesar disso, uma maioria de seis ministros
votou pelo fim das doações feitas por pessoas jurídicas para campanhas
eleitorais. Mais cedo, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou,
em primeiro turno, projeto que veda a doação de empresas ou pessoas jurídicas
para campanhas eleitorais.
Com
a interrupção do julgamento, as regras atuais que permitem a participação de
empresas no financiamento de campanhas devem ser mantidas para as próximas
eleições, uma vez que a retomada do caso no STF ou acontecerá em pleno período
eleitoral ou somente após o fim das eleições. Iniciado em dezembro passado, o
julgamento do STF analisa um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para
que seja declarado inconstitucional o financiamento de campanhas por empresas.
Uma
eventual proibição do financiamento por empresas teria grande impacto no modelo
atual das eleições. No último pleito presidencial, por exemplo, cerca de 98%
das receitas das campanhas de Dilma Rousseff (PT) e de José Serra (PSDB) vieram
de empresas. No ano passado, no início do julgamento, quatro ministros - Luiz
Fux, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Joaquim Barbosa - concordaram com a
OAB e votaram para acabar com a possibilidade de empresas financiarem campanhas
eleitorais.
Ontem,
o primeiro a votar foi o ministro Teori Zavascki, que no ano passado havia
feito o pedido vista (mais tempo para analisar o processo) que adiou o
julgamento. De acordo com ele, impedir que empresas façam doações a campanhas
não representará uma solução para reduzir a corrupção eleitoral.
Depois
de Teori, o ministro Gilmar Mendes, que já sinalizou um voto contrário aos
pedidos da OAB, disse que o tema era complexo e pediu mais tempo para analisar
o processo.
Apesar
disso, os ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski decidiram
adiantar seus votos e formaram uma maioria de 6 entre 11 ministros pela
proibição do financiamento das campanhas por empresas. Para Marco Aurélio,
permitir que empresas financiem campanhas acaba com a “paridade de armas” entre
candidatos e partidos políticos, estimulando promiscuidade entre agentes
econômicos e políticos.
Com
informações O Povo Online
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