O deputado Danilo Forte disse que a ideia é que o partido busque “pauta própria” de votações na Casa (Foto: Arquivo do partido) |
Uma
das principais bases de sustentação do Governo Federal na Câmara, a bancada do
PMDB decidiu ontem que agirá de forma “independente” em votações da Casa. Em
reunião de mais de três horas, peemedebistas reforçaram também necessidade de o
partido “rediscutir” aliança com o PT. Em alguns Estados, foi defendido até que
a legenda saia em união com Aécio Neves (PSDB) na eleição deste ano.
Com
presença de cerca de 60 dos 75 deputados do PMDB, reunião foi marcada por
críticas às falas de Dilma Rousseff (PT) e do vice-presidente Michel Temer
(PMDB) de que aliança com petistas estaria “garantida”. Ao final do encontro,
foi aprovada moção de apoio ao líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ) -
alvo de tentativa de “isolamento” pelo Planalto.
“Outras
forças políticas, que flertam com o projeto hegemônico de poder, têm tributado
ao nosso líder Eduardo Cunha ataques e agressões que extrapolam o patamar da
civilidade em quaisquer das relações (...) os ataques ao nosso líder são
ataques ao PMDB”, diz a nota, assinada por todos os presentes. Apesar do
estremecimento, Cunha afirma que o interesse do partido não é romper com
petistas, e sim “discutir a relação”.
“O
que se via na reunião era muito desconforto com a forma como o PT se insurgiu
contra o Cunha, além de muita crítica à fala do Michel Temer de que a aliança
já está consolidada. O que se viu é que muita gente quer rediscutir”, disse ao Jornal O POVO o deputado Danilo Forte (PMDB). Segundo ele, a ideia agora é que o
partido busque “pauta própria” de votações na Casa.
Entre
ações do governo que sofrem resistência dos deputados do PMDB, está votação do
Marco Civil da Internet e de quaisquer projetos que tenham impacto no
Orçamento. Na noite de ontem, peemedebistas impuseram derrota ao Executivo
apoiando a criação de grupo para apurar irregularidades na Petrobras.
A
recusa de petistas em apoiar candidatos do PMDB no Rio de Janeiro e no Ceará
são hoje pano de fundo para crise entre os partidos. Além disso, deputados
peemedebistas cobram mais espaço em reforma ministerial.
“O
caso do Ceará foi pouco visto, já que a Dilma descartou e o próprio Eunício
(Oliveira, pré-candidato do PMDB no Estado) se acomodou (...) no Rio, o Ticiano
(Gadelha, senador) propôs apoio ao Aécio Neves”, diz Danilo Forte.
Com
informações O Povo Online
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