2 de fevereiro de 2014

O que Cid e Eunício têm a perder em caso de rompimento da aliança

Ainda não se sabe se o governador Cid Gomes (PSB) e o senador Eunício Oliveira (PMDB) estarão do mesmo lado na disputa eleitoral que se aproxima. No momento, o mais provável é que estejam em campos opostos. 

Eunício tentando se eleger governador e Cid querendo a vitória daquele a ser por ele indicado. Movimentos cautelosos de um lado e outro denotam que há muita coisa em jogo. Eventual rompimento provocaria perdas e incertezas em ambas as partes. 

Para Cid, além de perder um dos principais aliados, a quebra da aliança significaria ter como adversário uma das maiores forças políticas do Estado. “Seria uma perda substancial, porque o Eunício é uma grande liderança”, admite o deputado José Sarto (Pros), líder do Governo na Assembleia Legislativa. Por vários fatores, cita o deputado, a campanha se tornaria muito mais difícil para o candidato apoiado pelo Palácio da Abolição.

Uma das perdas mais mensuráveis e imediatas para Cid e seu indicado seria a redução de alguns preciosos minutos no tempo de propaganda eleitoral em rádio e TV. Com a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados, o PMDB só fica atrás do PT na distribuição de tempo. Estão em jogo, portanto, mais de três minutos, no mínimo.

Além disso, o PMDB tem 21 prefeituras sob seu comando - inclusive redutos importantes como Crato, Juazeiro do Norte e Iguatu. O amplo domínio do grupo do governador no Interior seria reduzido na eleição, já que Eunício e seus aliados têm mais influência sobre alguns municípios.

“O PMDB é parte integrante do projeto do governador, participa e contribui com a gestão”, observa o vice-governador Domingos Filho, que deixou o PMDB e seguiu com Cid para o Pros. Participação na gestão significa, principalmente, cargos. Além dos secretários Bruno Sarmento (Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente - Conpam), João Melo (Controladoria) e César Pinheiro (Recursos Hídricos), o PMDB possui vários postos de menor expressão na gestão de Cid. O não entendimento com o Pros implicaria, naturalmente, na saída de vários peemedebistas do Governo.

Sem se coligar com o Pros, o PMDB teria também mais dificuldade para eleger deputados estaduais, já que os maiores puxadores de voto estão no grupo do governador. Eunício poderia ainda ver desgastada sua relação com o Planalto, hoje mais próximo de Cid.

Com informações O Povo Online

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