A
crise financeira que se propaga nas prefeituras é intensificada pela redução no
repasse de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e pela
dificuldade das prefeituras em agir para criar independência em relação aos
recursos externos. A situação gera dependência das cidades às verbas do governo
federal.
O
presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski,
critica que o Congresso Nacional aprove o aumento do salário mínimo sem
garantir às prefeituras de onde sairá a verba para suprir a demanda.
“O
Congresso e o Executivo agem, perante a Lei de Responsabilidade Fiscal, de
forma irresponsável”, diz Ziulkoski. Para ele, mesmo sabendo das dificuldades e
as sanções que os gestores sofrem caso descumpram a porcentagem máxima de gasto
com pessoal, deputados e senadores aprovam o reajuste. “As prefeituras já estão
no caos”, destaca.
O
líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo, rebate e afirma que a
dificuldade não pode ser atribuída ao reajuste do mínimo. Ele ressalta que as
baixas no FPM a partir da desoneração de tributos como o IPI e IR são fatores
que complicam a situação.
Para
o consultor de Economia e Finanças da Associação dos Municípios do Ceará
(Aprece), José Irineu Carvalho, o aumento do mínimo não afetará a situação
econômica das prefeituras. Ele destaca que o reajuste de 6,78% estará
equilibrado com o crescimento da receita previsto em 8%. O problema, segundo
ele, se acumula há dois anos, quando os municípios tiveram de lidar com aumento
nos salários e baixa arrecadação das receitas.
O
consultor destaca que as novas gestões tiveram um ano para analisar orçamento e
despesas. “As receitas são altamente previsíveis e as despesas normais dos
municípios devem cumprir a determinação da lei de responsabilidade fiscal,
reduzindo investimentos e deixando de implantar metas políticas, metas de
campanha”, afirma.
Com
informações O Povo Online
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