Em
muitos lugares do Ceará esta cena vem se repetindo a cada dia - foto Edimar
Soares
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Para
a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), ainda é cedo
para falar sobre chuvas em 2014. O órgão só deve divulgar no final de janeiro a
previsão climática para a quadra chuvosa (de fevereiro a maio). Porém, quem
sofre com a seca já se pergunta o que será do semiárido se não chover o
suficiente.
Enquanto
o governo defende ações adotadas nos últimos anos de estiagem e garante que o
Estado está seguro, há quem seja descrente e projete o caos diante do terceiro
ano com pouca chuva.
“Posso garantir, entre todos do Nordeste, que o Ceará é o
mais bem preparado para lidar com outra seca”: a afirmação é do secretário de
Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA), Nelson Martins. Ele destaca que o
Estado detêm 65% da água do Nordeste com ações estruturantes como transposição
do São Francisco e Eixão das águas.
Em
2013, a SDA executou R$ 293 milhões em projetos, diz o órgão. Foram cavados
poços, construídas cisternas e adutoras, dentre outros. No entanto, as ações
contrastam com o cenário de falta d’água. Dos 184 municípios, 174 estão em
situação de emergência, segundo atualização da Defesa Civil de novembro de
2013.
“A
realidade é que não estamos preparados”, afirma o presidente da Federação dos
Trabalhadores da Agricultura (Fetraece), Luiz Carlos Ribeiro. Apesar dos
avanços na descentralização de recursos hídricos, diz ele, ainda não é
suficiente.
Questionado sobre a existência de um plano de contingência, Nelson
Martins garante que há preparação e repete a atuação de emergência através do
abastecimento de carros-pipa, distribuição de kits de irrigação, implantação de
cisternas e repasse de programas como Bolsa Família e Garantia-Safra.
O
Presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Flávio
Saboya, acredita que a ausência de chuvas “será um verdadeiro caos,
principalmente para agropecuária”. Segundo ele, a federação prepara um “plano
B” para 2014. “O ‘plano A’ foi implantado em 2013. O ‘plano B’ vai exigir
medidas drásticas, como transferência de animais e concentração do rebanho para
mantê-los, o que não é fácil”, acrescenta.
Com
informações O Povo Online
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