Professor José Nicolau ministra palestra aos estudantes altaneirenses - foto JR |
A
Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rufino de Oliveira, em
Altaneira, lançou nesta segunda-feira (18/11), o projeto intitulado “Africanidade:
Somos Todos Filhos da Mãe África” que corrobora para a efetivação da Lei nº 10.
639/2003. O
projeto tem o propósito de conscientizar o alunado desse nível de ensino, o
fundamental I, da importância dos negros e de sua história na formação da
sociedade brasileira.
Para a professora Socorro Lino o projeto objetiva ainda a
valorização da cultura afro-brasileira e que este momento é apenas um ensaio para 2014, uma vez que o tema naquele será trabalhado de forma contínua durante todos os meses.
O
projeto teve início na segunda-feira com leitura e interpretação de histórias
infantis e exibição de filmes. Faz parte desse ensaio a Bonequinha Preta, de
Alaíde Lisboa, livro que foi capaz de entrar no imaginário das crianças e se
perpetuar por gerações, se tornando o maior clássico mineiro da literatura
infantil.
Para o professor Nicolau a obra é um marco da literatura infanto-juvenil (que rompeu com o
estereótipo do racismo). "Nessa narrativa, a personagem principal é negra e é
cuidada pela menina branca" disse.
Outra obra apresentada aos estudante foi a Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana
Maria Machado. A a autora traz uma narrativa onde um coelho branquinho queria
casar-se e ter uma filha ´bem pretinha´. Durante a obra, o coelho tenta
descobrir o segredo para conquistar o seu tão sonhado desejo.
O Professor Nicolau abriu o projeto com uma palestra nas turmas dos quinto anos, nos
períodos da manhã e tarde. Na oportunidade, dissertou sobre a importância da
valorização da cultura afro-brasileira e da necessidade do convívio com a
diversidade. Levamos até as crianças histórias de um Brasil que caminha a
passos lentos rumo a igualdade racial.
Nicolau baseou sua pesquisa nos livros A
Semente que Veio da África, de Heloísa Pires Lima e Diversidade é que é legal,
da autora Tatiana Belinky. Fez parte ainda da sua fala a história de Zumbi
dos Palmares, um dos maiores líderes e símbolos da resistência e da luta contra
a escravidão negra e consciência negra, comemorada em 20 de novembro.
O
projeto segue até sexta-feira, 22, mencionando a história de personalidade que
se destacam como os cantores, escritores, políticos e atores, leituras e
apresentações culturais. No encerramento, um grupo de alunos do ensino médio
que participaram de uma oficina de confecções de instrumentos musicais
africanos, como parte do Projeto Nossas Raízes, da área de ciências humanas,
ministrado por Cícero Chagasl.
"Vale
registrar que passados dez anos da implementação da lei que estabelece a
obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira no currículo
escolar, o momento é de reflexão, discussão e redefinição das ações de fomento,
estruturação e fortalecimento das relações étnico-raciais nas redes estadual e
municipal de ensino. Para tanto, se faz necessário elaborar um plano de ações
estratégicas a partir de algumas linhas norteadoras, a saber, recursos
pedagógicos, formação continuada, orientações e acompanhamento pedagógico,
conteúdos pedagógicos digitais, apoio/parcerias técnico-financeiras e diálogo
político pedagógico com a sociedade" escreveu Nicolau.
Publicado
originalmente no Blog Informações em Foco
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