O
deputado Heitor Férrer (PDT) afirmou ser inconstitucional o projeto de lei,
encaminhado pelo governador Cid Gomes (Pros), que cria o Fundo de Controle
Externo Municipal, para beneficiar o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Para Heitor, a reversão das multas aplicadas a gestores em melhorias para o TCM
estimula “indústria da multa”. Para o presidente do TCM, Francisco Aguiar, o
direcionamento do valor não trará prejuízo aos municípios nem estimulará
aplicação indiscriminada de punições.
“Essa
lei é imoral, aética”, criticou Heitor. Ele destacou que, se o projeto for
aprovado, entrará com ação direta de inconstitucionalidade. O deputado se
baseia na decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o fundo de modernização do
Tribunal de Contas de Sergipe. Diante do caso, o STF definiu que a titularidade
do crédito de multa imposta por Tribunal de Contas é do próprio ente público
prejudicado. “O Estado não tem direito de ficar o dinheiro para transferir para
quem quer que seja. A multa é do município apenado”, frisou Heitor.
O
líder do governo, deputado José Sarto (Pros) defendeu que o fundo a ser criado
vai beneficiar a população, ao melhorar as condições físicas e de pessoal do
TCM. O vice-líder Júlio César Filho (PTN), autor de emenda que propõe a
destinação de 5% do valor das multas para o Ministério Público, argumentou que
as multas não serão utilizadas para pagamento de funcionários.
“O
valor do desvio continua indo para a prefeitura, o Ministério Público continua
entrando com a solicitação do processo... O fundo terá recurso pelo serviço
prestado pelo próprio Estado”, defendeu o presidente Francisco Aguiar. “A multa
não causa perda ao município, pois o gestor já prestou conta dos valores
indevidos”.
Sobre
a acusação de que o fundo estimulará a aplicação de multas, Aguiar disse não
acreditar que a medida acarretará tal atitude, pois o órgão é “composto por
pessoas sérias e honestas”. Além disso, pontua ele, a arrecadação para o TCM
seria em torno de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões.
Atualmente,
as multas aplicadas a gestores de municípios que praticam improbidade
administrativa são revertidas para os cofres municipais, da mesma forma que o
ressarcimento de valor que tenha sido aplicado irregularmente ou desviado, por
exemplo. A partir do projeto de lei, o valor referente à multa será investido
em modernização e aperfeiçoamento técnico do TCM, segundo o texto do Poder
Executivo.
Com
informações O Povo Online
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