Marina acompanhou sessão do pleno do Tribunal Superior Eleitoral – foto Alan Marques |
Principal
candidata da oposição ao governo Dilma Rousseff de acordo com as últimas
pesquisas, a ex-senadora Marina Silva viu o pedido de registro da legenda Rede
Sustentabilidade ser rejeitado na noite de ontem pelo Tribunal Superior
Eleitoral. Por 6 votos a 1, o pedido de criação do partido foi rejeitado pelo
pleno da corte, com voto favorável apenas do ministro Gilmar Mendes. Para
atingir o número mínimo de assinaturas, a Rede pedia que o TSE tornasse válido um
lote de quase 100 mil assinaturas que haviam sido rejeitadas pelos cartórios
eleitorais de forma injustificada, segundo o partido. A relatora, Laurita Vaz,
negou esse pedido sob o argumento de que é “inconcebível com o ordenamento
jurídico a validação [das assinaturas] por mera presunção”.
A
decisão representa um duro golpe nas pretensões de Marina Silva de disputar
pela segunda vez o Palácio do Planalto --há exatos três anos ela saía das urnas
como a terceira maior força política nacional, tendo obtido na ocasião 19,6
milhões de votos para a Presidência da República. Caso mantenha a intenção de
se manter na disputa, Marina terá que se filiar entre hoje e sábado a uma outra
legenda --o nanico PEN (Partido Ecológico Nacional) e o PPS são cogitados--, hipótese
que ela sempre se negou a comentar e que destoa de suas frequentes declarações
de que a criação da Rede Sustentabilidade representava um amplo “projeto de
país”, não um mero empreendimento eleitoral.
A
ex-senadora compareceu à sessão do TSE acompanhada de vários políticos e
aliados que participaram da tentativa de montagem da Rede. Na entrada, ela
manifestava que estava bastante esperançosa na aprovação de seu partido. As
assinaturas de apoio à agremiação começaram a ser recolhidas em fevereiro, mas
a Rede afirma ter encontrado uma série de dificuldades nos cartórios
eleitorais, que são responsáveis por checar se os dados recolhidos conferem com
aqueles que constam do banco de dados eleitoral.
A
Rede diz ter recolhido mais de 900 mil apoios e, após triagem interna,
encaminhou mais de 600 mil aos cartórios --mas só 442,4 mil foram validados. De
acordo com a última pesquisa do Datafolha, Marina tinha 26% das intenções de
voto à presidência, melhor pontuação de candidato de oposição a Dilma, que somava
35%.
O
deputado federal Walter Feldman (ex-PSDB-SP), um dos principais articuladores
da Rede Sustentabilidade, afirmou ontem que foi procurado nas últimas 24 horas
por sete partidos que ofereceram a legenda para que a ex-senadora se filiasse.
Com a rejeição da criação da Rede, haveria a opção de que Marina se filie a
outra legenda para concorrer ao Palácio do Planalto em 2014. Mas a ex-senadora
tem se recusado a hipótese. Feldman também diz considerar muito difícil que
Marina vá para outra sigla.
Segundo
ele, o provável é que não seja candidata. Sua prioridade seria dar continuidade
à criação da Rede. “Sete partidos nos procuraram. Há série de agremiações
partidárias desejosas de terem Marina e muita manifestação de solidariedade”,
disse Feldman, que não quis revelar o nome das siglas.
Com
informações O Povo Online
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