O ex-presidente Lula e sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, comemoraram os resultados socais e econômicos de 10 anos do Bolsa Família - foto Antonio Cruz |
A
cerimônia de dez anos do programa Bolsa Família realizada ontem serviu de palco
para que o ex-presidente Lula defendesse os êxitos da transferência de renda
para os mais pobres e atacasse duramente seus críticos. O petista disse que, se
estivesse iniciando seu governo agora, com a experiência que conquistou,
começaria da mesma forma, combatendo a fome e a desigualdade. Lembrou de sua
origem pobre e disse que os que criticam o Bolsa Família nunca passaram fome.
Afirmou também que são preconceituosos ao afirmar que o pobre está no Bolsa
Família porque não quer trabalhar.
“Isso
é preconceito. É tentar transmitir para o pobre a culpa pela pobreza”, afirmou.
Em resposta a uma crítica recorrente de que o Bolsa Família não ofereceria
porta de saída para seus beneficiários deixarem o programa e superarem a
miséria por meio do trabalho, Lula disse que a transferência de renda é o
início desse processo.
Sem
citar nomes, ele desqualificou adversários políticos, jornalistas e analistas
que, ao longo dos anos, criticaram de alguma forma o programa. “Chama atenção
que as pessoas falam tanto de porta de saída quando as portas de inclusão
acabam de ser abertas. Vamos deixar claro que o programa acaba de completar dez
anos num país onde as injustiças vêm de cinco séculos”, afirmou. O
ex-presidente destacou o impacto multiplicador dos gastos do Bolsa Família ao
estimular o consumo e o comércio do país e defendeu que o governo continue
destinando recursos para a população de menor renda.
Direcionando
sua fala diretamente aos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior
(Planejamento), responsáveis pelo Orçamento da União, pediu: “Parem de regatear
dinheiro para os pobres!”.
Exaltado,
Lula criticou economistas de bancos que defendem o arrocho fiscal, o aumento do
desemprego e a redução dos ganhos salariais como forma de ajustar a economia.
Segundo ele, se isso funcionasse, a Europa não estaria em crise. Citou os
gastos dos EUA na guerra do Iraque, que chegariam a US$ 3 trilhões, e disse que
isso seria suficiente para bancar um programa de transferência de renda para
1,5 bilhão de pessoas por dez anos.
Lula
contou que, em uma conversa sobre a perspectiva de invasão do Iraque pelos EUA
com o ex-presidente americano George W. Bush no final de 2002, disse: “Eu moro
num país que fica a 14 mil km do Iraque. O Bin Laden nunca me fez nada. Minha
guerra é contra a fome”.
Com
informações O Povo Online
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