Em entrevista ao Roda Viva, o governador afirmou ainda que Eduardo Campos não reúne "o mínimo de condições" para ser candidato em 2014 - imagem capturada do programa |
Cid
Gomes (sem partido) minimizou ontem a ausência de “definição ideológica” do
Partido Republicano da Ordem Social (Pros), legenda mais cotada para abrigar
seus aliados que abandonaram o PSB. “O Pros é novo, o programa dele é muito
sintético e não se tem uma definição ideológica programática. Isso é uma
desvantagem para quem pensa ideologicamente um partido, mas eu penso o partido
mais como um espaço de organização de afinidades, para que se lute por um
projeto”, disse, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Comentando
sobre o destino de seu grupo político - que será oficializado em novo partido
na noite de hoje - o governador afirmou que se enxerga mais “próximo
ideologicamente” do PDT, mas apontou problemas em uma possível filiação na
legenda. “A desvantagem é que ele é um partido que já existe e que está
presente em muitos municípios, o que ia gerar muitos conflitos, já que cada
liderança quer ter seu município”, disse. “No Pros não teria esse problema, já
que o partido não existe”, concluiu.
Cid
Gomes disse ainda que não desejava sair do PSB, mas que se sentiu “moralmente
expulso” do partido após lideranças nacionais da legenda convidarem a
ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), a se candidatar ao governo do
Ceará pela sigla. “Não saí do partido por opção, mas sim pois houve gesto claro
de hostilidade (...) hostilidade maior só se ele tivesse me ligado, como eu
disse para ele, e tivesse me tido que queria que eu saísse do partido”.
Questionado
sobre seu histórico de troca de partidos, Cid - que já foi filiado a quatro
legendas - foi direto: “Quando se faz crítica à mudança de partidos, se faz
crítica é ao fisiologismo, com gente que sai de um partido pro outro por
interesse (...) nossa mudança não é de fisiologismo, é de luta. Mudei de
partido para lutar”, disse Cid, que já foi filiado ao PMDB, PSDB, PPS e PSB.
O
governador afirmou ainda que “não acredita” que Eduardo Campos, presidente
nacional do PSB, venha realmente a disputar pela Presidência em 2014. “Ele não
reúne no momento o mínimo de condições objetivas”, disse. Cid aponta que
situação semelhante ocorreu em 2010, quando seu irmão, Ciro Gomes (sem
partido), tentou se lançar candidato, sendo impedido por Campos. “Naquela época
foi meu irmão que foi sacrificado, mas aceitei. E isso que ele tinha 18% nas
pesquisas, enquanto o Eduardo tem 4%”.
Na
avaliação de Cid, o que ocorre entre PT e PSB é na verdade “mal compreendido”.
“As pessoas tem seu estilo. Pessoalmente o Lula lhe diz tudo o que você quer
ouvir. Já a Dilma é diferente (...) não sei se faltou carinho, mas acho que ele
pode estar querendo carinho além da conta”, disse.
O
governador evitou falar sobre a sucessão estadual no Ceará - “fica só para
2014” - e reafirmou que, após seu mandato, deverá deixar o País para trabalhar
no Banco Interamericano para o Desenvolvimento (BID).
Com
informações O Povo Online
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