Está cada vez mais difícil encontrar lojas de CDs e DVDs nos centros das cidades brasileiras. É cada vez mais raro alguém procurar uma loja somente de CDs e DVDs. Não bastasse competir com a pirataria, os downloads legais e ilegais, a batalha por consumidores ainda é travada com as grandes lojas de departamento, que se encarregam de ser a referência massiva em venda desses produtos.
Na cidade do Crato, com cerca de 123.963 habitantes, da Região Metropolitana do Cariri, no Ceará, das três lojas de CDs que reinavam entre 2000 e 2008, só resta uma. E para sobreviver as mudanças de comportamento, as inovações tecnológicas e a concorrência nesse mercado tiveram que investir em catálogos e produtos de informática.
A “Trilha Sonora” está no mercado fonográfico há 10 anos. Outra loja, a “Amilton Som”, no Crato, a maior do ramo, faliu, deixando para “Trilha Sonora” o mercado. No começo, em 2003, seu estoque era de CDs, DVDs e fitas cassete. Mas como conta a proprietária da loja, Helânia Vieira Pinheiro, 35 anos, a queda abrupta de vendas entre 2005 e 2006 fez com que “a gente tivesse que trazer outros serviços para nos manter em pé”.
Foi essa a época auge da pirataria de CDs, DVDs e jogos eletrônicos, onde os órgãos do Governo não conseguiam frear a reprodução e compartilhamento ilegal desses produtos. O campo da pirataria se estendia tanto para o mundo virtual de uma Internet ainda jovem, quanto para as calçadas e feiras dos centros urbanos, com o mercado informal. Nas lojas, um CD custava quase R$ 30,00, no campo pirata era R$ 5,00. E na internet, de graça. Só em 2010, a Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM) retirou do mercado 25.596.836 CDs e DVDs piratas, segundo estatísticas da própria APCM.
A loja teve que “rebolar” em outros ritmos e, em 2006, passou a agregar pequenos serviços gráficos, como rótulos e impressões; e no setor de informática com aparelhos e dispositivos para computador, como fones de ouvido, caixas de som, mouses, mousepads, webcans, cartuchos de tinta etc. “Apesar de tudo, a loja ainda é muito conhecida como de CD e DVD”, afirma Helânia otimista com as vendas de cerca de 400 produtos do setor musical por mês. Menos que antes, verdade.
Mas esse não é o único recurso que a “Trilha Sonora” tem na manga para fugir da crise. Com grande estoque de produtos antigos, CDs e DVDs de época, “de catálogo”, como Helânia chama, a estratégia também é investir onde as grandes lojas de departamento não investem: no passado. “CDs como de Elba Ramalho, Zé Ramalho, Leandro & Leonardo você não encontra com facilidade por aí”, diz Helânia, “a não ser nessas coletâneas ‘Melhores Músicas’, mas aqui temos os álbuns completos”.
CONFIANÇA NO SERVIÇO
Os aventurados
amantes de música que são a resistência do material físico ainda procuram a
loja, como é o caso de Charles Rodrigues, 36 anos, funcionário público, que diz
vir sempre que deseja algo novo. “Eu confio nas indicações dos pessoal daqui”,
comenta. Charles é cliente fiel da loja e apaixonado por música. Compra dois a
três CDs por mês, algo raro de ser ver. “Gosto mais de Rock Nacional”, declara,
“e recentemente levei um por indicação do Júnior, que entende mais e conhece o
gosto dos clientes”.
Júnior, como é conhecido José Gaulter da Silva Jr, 38 anos, trabalha na loja há quase três anos e, por coincidência, era dono de duas das maiores lojas de CDs, DVDs e vinis da cidade vizinha, Juazeiro do Norte. De 1994 à 2004, teve a “Só CDs” e de 2000 à 2010, a “Só Músicas”. As duas lojas tiveram que ser fechadas. Júnior explica que a causa foi a concorrência com “a pirataria grosseira”. Por trabalhar tanto tempo nesse setor, já aprendeu os truques de observar o cliente para poder sabe indicar algo de seu agrado. “Não sei tanto sobre música, mas sei indicar coisas que eles gostam”, diz sorridente, entre um cliente e outro. São 19 anos trabalhando com música, venda e compra de CDs e DVDs, e Júnior desabafa “não aguento mais ouvir música”, rindo. “Passo o dia ouvindo na loja e domingo, no dia de folga, tem ensaio da minha banda, aí não dá...”.
MERCADO PIRATA
Segundo a
Associação Brasileira dos Produtores de Discos, do atacado ao varejo, o
faturamento das principais empresas do setor fonográfico caiu para R$ 360
milhões em 2009, sendo que em 1997 o lucro era de R$ 1,1 Bilhões. Quando se
fala no audiovisual, quase 59% dos DVDs comercializados no Brasil não são
originais, segundo a Motion Picture Association América Latina, uma perda com
números de US$ 6,1 bilhões para o grande mercado do cinema mundial.
Na cidade do Crato, com cerca de 123.963 habitantes, da Região Metropolitana do Cariri, no Ceará, das três lojas de CDs que reinavam entre 2000 e 2008, só resta uma. E para sobreviver as mudanças de comportamento, as inovações tecnológicas e a concorrência nesse mercado tiveram que investir em catálogos e produtos de informática.
A “Trilha Sonora” está no mercado fonográfico há 10 anos. Outra loja, a “Amilton Som”, no Crato, a maior do ramo, faliu, deixando para “Trilha Sonora” o mercado. No começo, em 2003, seu estoque era de CDs, DVDs e fitas cassete. Mas como conta a proprietária da loja, Helânia Vieira Pinheiro, 35 anos, a queda abrupta de vendas entre 2005 e 2006 fez com que “a gente tivesse que trazer outros serviços para nos manter em pé”.
Foi essa a época auge da pirataria de CDs, DVDs e jogos eletrônicos, onde os órgãos do Governo não conseguiam frear a reprodução e compartilhamento ilegal desses produtos. O campo da pirataria se estendia tanto para o mundo virtual de uma Internet ainda jovem, quanto para as calçadas e feiras dos centros urbanos, com o mercado informal. Nas lojas, um CD custava quase R$ 30,00, no campo pirata era R$ 5,00. E na internet, de graça. Só em 2010, a Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM) retirou do mercado 25.596.836 CDs e DVDs piratas, segundo estatísticas da própria APCM.
A loja teve que “rebolar” em outros ritmos e, em 2006, passou a agregar pequenos serviços gráficos, como rótulos e impressões; e no setor de informática com aparelhos e dispositivos para computador, como fones de ouvido, caixas de som, mouses, mousepads, webcans, cartuchos de tinta etc. “Apesar de tudo, a loja ainda é muito conhecida como de CD e DVD”, afirma Helânia otimista com as vendas de cerca de 400 produtos do setor musical por mês. Menos que antes, verdade.
Mas esse não é o único recurso que a “Trilha Sonora” tem na manga para fugir da crise. Com grande estoque de produtos antigos, CDs e DVDs de época, “de catálogo”, como Helânia chama, a estratégia também é investir onde as grandes lojas de departamento não investem: no passado. “CDs como de Elba Ramalho, Zé Ramalho, Leandro & Leonardo você não encontra com facilidade por aí”, diz Helânia, “a não ser nessas coletâneas ‘Melhores Músicas’, mas aqui temos os álbuns completos”.
CONFIANÇA NO SERVIÇO
Júnior, como é conhecido José Gaulter da Silva Jr, 38 anos, trabalha na loja há quase três anos e, por coincidência, era dono de duas das maiores lojas de CDs, DVDs e vinis da cidade vizinha, Juazeiro do Norte. De 1994 à 2004, teve a “Só CDs” e de 2000 à 2010, a “Só Músicas”. As duas lojas tiveram que ser fechadas. Júnior explica que a causa foi a concorrência com “a pirataria grosseira”. Por trabalhar tanto tempo nesse setor, já aprendeu os truques de observar o cliente para poder sabe indicar algo de seu agrado. “Não sei tanto sobre música, mas sei indicar coisas que eles gostam”, diz sorridente, entre um cliente e outro. São 19 anos trabalhando com música, venda e compra de CDs e DVDs, e Júnior desabafa “não aguento mais ouvir música”, rindo. “Passo o dia ouvindo na loja e domingo, no dia de folga, tem ensaio da minha banda, aí não dá...”.
MERCADO PIRATA
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