Festa
da Acolhida, na orla de Copacabana no Rio de Janeiro – foto Fernando Frazão
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A
superlotação de Copacabana, zona sul do Rio, causada pelos eventos da Jornada
Mundial da Juventude tem agradado aos donos de bares, restaurantes e
supermercados nas proximidades do local do evento, mas causado descontentamento
de moradores.
As
mudanças no trânsito – que ocorrem de domingo (25) até amanhã (27) – prejudicaram
o empresário João Cruz que não tem garagem para guardar o carro e não pode
estacioná-lo na rua onde mora, em Copacabana. “É um absurdo. Se fosse por um
dia, ainda vai, mas uma semana sem poder estacionar o carro perto de casa é
demais. Fora o trânsito horrível e a dificuldade de entrar e sair do bairro.”
A
moradora e dona de um estabelecimento no final do Leme, bairro vizinho de
Copacabana, Flávia Torga se disse frustrada. Como o estabelecimento fica longe
do local do show, ela não teve aumento de vendas e ainda não tem onde
estacionar o carro. “Comprei um estoque imenso, porque falaram que vinha um
milhão pessoas, mas para cá não chegou ninguém, inclusive ontem fechei mais
cedo. E estou tendo que deixar o carro em Botafogo e vir para cá de táxi”, contou.
Já
a gerente de uma pizzaria no bairro do Leme, próximo ao palco principal, Márcio
Vinícios, disse que o movimento está além das expectativas. “Está muito bom
mesmo. Um aumento de quase 50%”, comemorou.
As
filas enormes em praticamente todos bares e restaurantes do local evidenciam o
sucesso de público. Alguns estabelecimentos fizeram reajustes de preços em
alguns produtos para faturar mais nesta semana. Uma filial de uma rede de
lanchonetes nacional subiu os preços dos sanduíches e alguns restaurantes
criaram um cardápio especial para os peregrinos. Os altos preços são motivo de
reclamações de turistas e moradores.
“São
filas imensas na porta, aumento de preço, que não é grande, mas existe. Os
moradores acabam não pagando” informou o engenheiro civil Sailton Moreira de
Araújo, morador de Copacabana, que alegou que faltarão produtos alimentícios
nos estabelecimentos comerciais com a transferência de mais dois eventos da JMJ
no fim de semana.
O
ambulante credenciado para vender mercadorias no encontro Itamar Sousa Pereira
diz que a multidão não é sinônimo de boas vendas. “É uma galera jovem que
consome muito pouco. Não é como aqueles que consomem mais, que bebem cerveja.”
Jaime
Endebo, morador do Leme, também reclamou do ônus de morar perto da orla. “Toda
vez que têm esses eventos no Rio, eles aumentam os preços, além do incômodo de
ficar em fila, dificuldade de se locomover e o barulho, porque ontem o evento
acabou depois das 23h e não consegui dormir”, queixou-se. “Não entendo por que
tudo tem que ser concentrado aqui, com tanta orla nesta cidade”.
Com
informações Agência Brasil
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