Profissionais
da saúde em protestos contra o Programa Mais Médicos em Brasília – foto Valter
Campanato
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Em
protesto contra o Programa Mais Médicos e os vetos presidenciais ao Ato Médico,
profissionais médicos promoveram ontem (30/07), em várias cidades do país, um dia
de paralisação e manifestações. Em Brasília, no Distrito Federal, um grupo de
70 manifestantes se concentrou em frente ao Ministério da Saúde.
Os
médicos cobram também investimentos, da ordem de 10%, da receita bruta da
União, na saúde pública. Os médicos atenderam à convocação da Federação Nacional
dos Médicos (Fenam) para que hoje e amanhã (31) a categoria suspenda as
atividades na rede pública, exceto nos serviços de urgência e emergência.
Lilian
Lauton, médica gastroenterologista da rede pública do Distrito Federal (DF),
condenou o que chamou de “falta responsabilidade com a saúde pública”. “Nós
somos testemunhas da falta de assistência completa. Vimos todos os dias pessoas
esperando meses por uma consulta, rede sucateada, hospitais superlotados,
dificuldade de insumos básicos. Médico não faz milagre”, disse.
Em
resposta às paralisações e às manifestações, o Ministério da Saúde voltou a
defender o Programa Mais Médicos, ressaltando que ele tem o objetivo de
acelerar os investimentos em infraestrutura e ampliar o número de médicos nas
regiões carentes. Em nota, o ministério diz que “dos 3.511 municípios que
aderiram ao Mais Médicos, 92% acessaram recursos para expansão e melhoria da
sua rede de saúde. O investimento federal em infraestrutura será R$ 15 bilhões
até 2014, sendo que R$ 7,4 bilhões desse total já estão contratados”.
O
presidente do Sindicato dos Médicos do DF, Gutemberg Fialho, defendeu a criação
de uma carreira médica federal, nos moldes da magistratura. Segundo ele, a
medida resolve o problema da má distribuição dos médicos no Brasil, eliminando
o convite a profissionais com diploma estrangeiro, sem a revalidação dele.
Mohamad
Bahmad, otorrinolaringologista da rede pública do DF, criticou a falta de
diálogo com a categoria médica sobre a formulação de políticas públicas para a
saúde no país. “Foram anunciadas mudanças muito drásticas, de forma autoritária
e sem consulta. Foi um desrespeito. Estamos tristes, de luto, pela falta de
respeito para com os médicos”, declarou.
A
Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou , por meio de nota, que “20%
dos atendimentos foram interrompidos devido à paralisação dos médicos. A
ausência de alguns médicos está nos padrões habituais”, declarou.
Também
houve paralisação do atendimento em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Em
Belo Horizonte, capital mineira, médicos fizeram manifestação e anunciaram que
amanhã também haverá paralisação e passeata. No Rio Grande do Sul, o sindicato
anunciou que o movimento atingiu todo o atendimento eletivo da rede pública e
que as manifestações se estenderam por todo o estado.
“A
mobilização nacional é um recado muito forte da categoria médica às
autoridades. Assim como a baixa adesão ao Programa Mais Médicos, que não
oferece a mínima garantia trabalhista ao profissional, como décimo terceiro
salário, férias e carteira assinada. Ele sabe que depois de três anos estará
desempregado”, disse, em nota, o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande
do Sul, Paulo de Argollo Mendes.
Em
resposta às críticas dos médicos, o Ministério da Saúde informou ainda que a
prioridade do governo é o profissional brasileiro. A chamada de médicos é uma
medida de caráter transitório. O ministério ressaltou que está aberto ao
diálogo com as entidades de classe e lamenta “qualquer prejuízo que as
paralisações possam causar no atendimento aos pacientes".
Com
informações Agência Brasil
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