As
eleições brasileiras são experimento que, a cada dois anos, comprovam a tese de
Albert Einstein sobre a relatividade do tempo. Se para o eleitor outubro de
2014 soa distante, quem sonha com o Palácio do Planalto já conta os grãos da
ampulheta até a definição do sucessor de Dilma Rousseff (PT). O debate
apressado, mais do que polarizar forças, cria também tensão que esquenta as
relações políticas e que - caso não seja manuseado corretamente - pode
prejudicar até mesmo o andamento de governos em curso.
Mesmo
sem nada ainda estar definido, o eleitor brasileiro possivelmente terá em 2014
“cardápio” muito próximo ao que está hoje à mesa: Dilma Rousseff, Aécio Neves
(PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva. Uma candidatura pode até vir a
compor com outra, mas, pelas articulações atuais, opções diferentes
dificilmente aparecerão - ao menos vindas dos maiores partidos do País.
Para
além das provocações e troca de críticas protagonizadas pelos pré-candidatos
nas inserções dos partidos, a antecipação do debate a nível nacional contamina
sobretudo os bastidores da política - seja no tumultuamento da base aliada, que
passa a levar em consideração uma “virada de casaca” vantajosa, ou na
recomposição de alianças municipais e estaduais.
Sinais
que demonstram esses efeitos já começam a aparecer: nas últimas semanas, a
presidente Dilma vem recebendo pressão de aliados políticos, que passam a
negociar possíveis apoios em votações no Congresso e no processo eleitoral de
2014.
Se
existem potenciais riscos em apressar o debate eleitoral, os benefícios também
são dignos de nota: além de facilitar com que candidatos desconhecidos sejam
apresentados para a população, a prática também ajuda a consolidar ações e
políticas do governo no imaginário popular.
Para
o cientista político Lucio Rennó, professor doutor da Universidade de Brasília
(UnB), a antecipação do debate eleitoral já é prática comum no País. “Não há
nada de novo agora. Há, na verdade, a percepção acertada por parte da oposição
de que o quanto antes se lance um candidato, maior a chance deste ser exposto
nacionalmente e ter seu nome e ideias divulgadas”, diz.
Ele
destaca que essa exposição pode ser especialmente importante no caso de
candidatos que pretendem concorrer ao cargo pela primeira vez - como Aécio
Neves e Eduardo Campos - e diz que essa antecipação não precisa ser
necessariamente vista como algo negativo.
“Não
há que se estranhar o debate eleitoral. Ele é bom para a democracia como um
todo, pois coloca a política em evidência”, avalia.
Com
informações O Povo Online
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