Páginas

2 de junho de 2013

Na corrida eleitoral antecipada, 2014 é o ano que já começou

As eleições brasileiras são experimento que, a cada dois anos, comprovam a tese de Albert Einstein sobre a relatividade do tempo. Se para o eleitor outubro de 2014 soa distante, quem sonha com o Palácio do Planalto já conta os grãos da ampulheta até a definição do sucessor de Dilma Rousseff (PT). O debate apressado, mais do que polarizar forças, cria também tensão que esquenta as relações políticas e que - caso não seja manuseado corretamente - pode prejudicar até mesmo o andamento de governos em curso.

Mesmo sem nada ainda estar definido, o eleitor brasileiro possivelmente terá em 2014 “cardápio” muito próximo ao que está hoje à mesa: Dilma Rousseff, Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva. Uma candidatura pode até vir a compor com outra, mas, pelas articulações atuais, opções diferentes dificilmente aparecerão - ao menos vindas dos maiores partidos do País.

Para além das provocações e troca de críticas protagonizadas pelos pré-candidatos nas inserções dos partidos, a antecipação do debate a nível nacional contamina sobretudo os bastidores da política - seja no tumultuamento da base aliada, que passa a levar em consideração uma “virada de casaca” vantajosa, ou na recomposição de alianças municipais e estaduais.

Sinais que demonstram esses efeitos já começam a aparecer: nas últimas semanas, a presidente Dilma vem recebendo pressão de aliados políticos, que passam a negociar possíveis apoios em votações no Congresso e no processo eleitoral de 2014.

Se existem potenciais riscos em apressar o debate eleitoral, os benefícios também são dignos de nota: além de facilitar com que candidatos desconhecidos sejam apresentados para a população, a prática também ajuda a consolidar ações e políticas do governo no imaginário popular.

Para o cientista político Lucio Rennó, professor doutor da Universidade de Brasília (UnB), a antecipação do debate eleitoral já é prática comum no País. “Não há nada de novo agora. Há, na verdade, a percepção acertada por parte da oposição de que o quanto antes se lance um candidato, maior a chance deste ser exposto nacionalmente e ter seu nome e ideias divulgadas”, diz.

Ele destaca que essa exposição pode ser especialmente importante no caso de candidatos que pretendem concorrer ao cargo pela primeira vez - como Aécio Neves e Eduardo Campos - e diz que essa antecipação não precisa ser necessariamente vista como algo negativo.

“Não há que se estranhar o debate eleitoral. Ele é bom para a democracia como um todo, pois coloca a política em evidência”, avalia.

Com informações O Povo Online

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.