A presidente Dilma Rousseff disse hoje (21/06), em pronunciamento em rede nacional, que está acompanhando as manifestações que acontecem pelo país com
atenção, reconheceu a legitimidade dos protestos e criticou a violência e o
vandalismo, disse que é a presidenta de todos os brasileiros e anunciou que o
governo vai lançar um plano nacional de mobilidade urbana, com foco na melhora
do transporte coletivo.
“Se
aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer,
melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por
causa de limitações políticas e econômicas”, disse a presidente na abertura do
pronunciamento, que foi ao ar às 21h em rede nacional de rádio e TV.
Dilma
disse que tem a “obrigação” de ouvir as vozes das ruas e dialogar com todos os
segmentos para levar as reivindicações adiante, mesmo que não seja “fácil
chegar onde desejam muitos dos que foram às ruas”. A presidente pediu que os
manifestantes ajam dentro da lei e da ordem.
“Os
manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo. De
propor e exigir mudanças. De lutar por mais qualidade de vida. De defender com
paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e
ordeira. O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e
autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie
carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros
urbanos”, declarou.
Dilma
defendeu ainda a reforma política. "Precisamos oxigenar o nosso sistema
político e encontrar mecanismos para que instituições se tornem mais
transparentes e mais resistentes aos malfeitos. A melhor forma de combater a
corrupção é com transparência e vigor”, acrescentou.
A
presidente criticou os que rejeitaram a presença de partidos políticos nas
manifestações e disse que é preciso ampliar as formas de participação popular
para que a população se sinta mais e melhor representada. “É um equívoco achar
que qualquer país possa prescindir de partidos, e, sobretudo, do voto popular,
base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um esforço para que o
cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus
representantes”, declarou.
Durante
o pronunciamento, Dilma saiu em defesa de se fazer a Copa das Confederações e a
Copa do Mundo no Brasil e disse que o governo não gastou dinheiro público de
áreas como saúde e educação para a construção de estádios. “Quero esclarecer
que o dinheiro do governo federal gasto com as arenas é fruto de financiamento
que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando estes
estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do Orçamento público
federal, prejudicando setores prioritários com a saúde e a educação”.
Ao
final da mensagem, a presidente pediu aos brasileiros que recebam bem os
estrangeiros que virão ao Brasil para o torneio. “Precisamos dar aos nossos
povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e
alegria. É assim que devemos tratar os nossos hóspedes”.
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