O advogado Luís Roberto Barroso defendeu hoje (05/06), durante sabatina no
Senado, a proatividade do Judiciário na definição de regras quando houver
omissão do Legislativo e do Executivo. A sabatina é etapa necessária à
aprovação do nome dele para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi
indicado no dia 23 de maio pela presidente Dilma Rousseff.
“Quando
não tem lei, o Judiciário não pode deixar de resolver problemas da vida, porque
as pessoas dependem disso. É aí que o Judiciário se expande. A maior ou menor
judicialização está nas mãos do Congresso”, disse Barroso, durante a
apresentação que precedeu as perguntas dos parlamentares.
Ele
defendeu, por outro lado, que nos casos em que haja regras claras em vigor, o
Judiciário deve respeitar as posições adotadas pelo Congresso. “O Judiciário
não pode nem deve sobrepor sua valoração política à valoração de quem foi
eleito, de quem tem o batismo da situação popular”, disse. Ele destacou que a
intervenção do Judiciário nesses casos só é permitida quando houver
inconstitucionalidade flagrante nas leis aprovadas.
Barroso
também disse que direito e política deveriam ficar em campos separados, mas
que, no mundo real, essas áreas se encontram em fronteiras de tensão que são
normais em todas as democracias do mundo. “A judicialização das relações
políticas é inevitável no mundo contemporâneo, mas o direito não quer suprimir
o espaço da política. Há um ponto de equilíbrio adequado.”
O
candidato ao STF disse que o direito das maiorias não é soberano e deve ser
equilibrado com valores como a tolerância, a dignidade e o respeito às ideias
divergentes. “As maiorias podem muito, mas não podem tudo”, analisou. Ele
reiterou sua visão humanista do direito e a confiança na Justiça, embora
considere alguns pontos falhos, como o privilégio no atendimento aos ricos.
Com
informações Agência Brasil
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