Thiciane é "concurseira" profissional. Ela se prepara para viajar a Santa Catarina em julho para concorrer a um salário de R$ 7 mil - foto Evilázio Bezerra |
O
Ministério do Planejamento autorizou a criação de 15.151 vagas em concursos
públicos federais até agora. São 17 concursos, com as maiores quantidade de
vagas no Ministério da Educação (MEC), com 10.203, Polícia Rodoviária Federal
(PRF), com mil oportunidades e o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (736). Somados-se aos empregos a serem criados no Governo do
Estado (3.460) e na Prefeitura de Fortaleza (3,7 mil), são o 22.311 chances de
estabilidade financeira ainda em 2013.
Mas
não é fácil nem barato ser “concurseiro” profissional. Para encarar provas
Brasil afora, o investimento pode chegar a mais de R$ 10 mil por ano, a
depender do número de concurso que se faça e da localização das provas.
Thiciane
Andrade, 28, arquiteta, explica o orçamento para concorrer a uma vaga no
Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Santa Catarina. A prova será dia 21 de
julho e um grupo de estudantes do Ceará também viajará para disputar um salário
de cerca de R$ 7 mil.
Tudo
começa com um cursinho, que, para o TRT, custa cerca de R$ 1.000, com duração
de três meses. Os valores e período variam de acordo com a instituição de
ensino. As passagens pesam no planejamento. Thiciane investiu R$ 760 (ida e
volta), mais R$ 120 de hospedagem de quatro dias em um albergue. e R$ 80 de
taxa de inscrição. Alimentação, livros e apostilas extras também contam em o
desprendimento atinge R$ 2 mil.
“Isso
multiplicado por quatro ou cinco concursos por ano, vai dar uns R$ 10 mil”,
estima Thiciane.
Ainda
na faculdade de direito, Igor Moreira começou a estudar para concursos. A meta
é lograr êxito no concurso do Ministério das Relações Exteriores ou alguma
seleção que o leve a Brasília para continuar estudando por lá.
“O
negócio é não esperar os editais para começar a estudar. Tenho que tomar o
cuidado pra não acordar tarde e vou muito à biblioteca. Em casa, às vezes, tem
distrações”, sugere e afirma estudar de 10 a 12 horas por dia, no período de
pique.
Ele
é multimídia. “Estou sempre comprando informações novas. Leio em computador,
tablet, no celular. Tenho vários e-books para concurso, muitas vídeo-aulas
também”, diz. Igor revela ter uma memória externa de computador só para aquivos
de concurso.
Filha
de uma família de atuantes no serviço público, Eva Buarque, 34, resistia aos
concursos. Formou-se em Biblioteconomia. “Queria outra coisa, queria outros
caminhos que não fosse bater o ponto.”
Em
2012, “a ficha caiu”. As necessidades financeiras e de estabilidade financeira
emergiram. Em 2005, fez o primeiro concurso. A meta, agora, é lograr uma
posição na Fundação Carlos Chagas, em São Paulo, para ter na conta R$ 6,6 mil
mensais. “São duas vagas para biblioteconomia. Uma é minha. A outra, vão brigar
lá por ela. Tem que ter otimismo”, brinca Eva. Ou não.
Com
informações O Povo Online
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