Valesca Popozuda se diz feminista:
acréscimo a luta pela liberdade
ou mais um negócio da indústria cultural?
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Mariana desde 2008 estudava o funk e a sociabilidade da classe trabalhadora do Rio, em sua
faculdade de Estudos de Mídia (UFF). Para se aprofundar nos estudos, ela
visitou os bailes funks da Rocinha, Santa
Cruz e na Ladeira dos Tabajaras. “Eu fui observando que havia poucas mulheres
cantando e que este papel ficava com os homens. As mulheres só estavam
presentes dançando e quando havia erotismo. Parecia que não tinha espaço para a
participação feminina em outros assuntos. E o público do baile é em sua maioria
feminino”, explica ao portal.
Com o mestrado, Mariana irá analisar e discutir se
as letras cantadas por Valesca Popozuda e outras intérpretes mulheres do gênero
funk são um caso de libertação
feminina da opressão ou apenas um atendimento da demanda do mercado erótico da
indústria cultural. “Valesca se diz feminista, mas será que é mesmo?”,
questiona Mariana, utilizando como base a música da cantora que apresenta a
mulher como oportunista e interesseira: Mulher
burra fica pobre/ Mas eu vou te dizer/ Se for inteligente pode até enriquecer/
Por ela o homem chora/ Por ela o homem gasta/ Por ela o homem mata / Por ela o
homem enlouquece / Dá carro, apartamento, joias, roupas e mansão / Coloca
silicone / E faz lipoaspiração / Implante no cabelo com rostinho de atriz /
Aumenta a sua bunda pra você ficar feliz.
O rebate está na condição de existência de letras
politizadas nas músicas funks, como o
caso do MC Dandara e o rap “Nossa Banheira”. Mas também é preciso perceber que
as músicas, de uma forma ou de outra, estão ali para serem vendidas. “Então é
possível que o erotismo nas letras de funk
seja um fator mercadológico”, pensa Mariana.
QUESTÕES CULTURAIS
Com a aprovação, Mariana Gomes leva à Universidade
um tema de debate muitas vezes não acolhido, e quando sim, disperso em debate.
A turma posterior a de Mariana escolheu Valesca Popozuda como patronesse, numa
ato ideológico contrário ao rebaixamento de culturas. “A turma ter escolhido a
Valesca foi uma atitude ideológica. Estamos aqui para dizer que não existe
baixa cultura. A minha turma escolheu o Saramago [José Saramago, escritor
português]. Colocaram os dois em pé de igualdade, talvez para mostrar que a
hierarquização da cultura só é prejudicial para a discussão”.
VEJA MAIS
A âncora do Jornal do SBT, Rachel Sheherazade, criticou ferozmente a mestranda por sua ousadia em trazer à tona as discussões de hierarquia cultural. E não parou por aí. Com seu discurso ultraconversador e reacionário, Sheherazade destilou preconceito, machismo e ignorância sobre o projeto, as relações culturais, a popularização da universidade e o feminismo.
Você pode clicar aqui e ver a carta resposta da mestranda Mariana Gomes à apresentadora Rachel Sheherazade.
VEJA MAIS
A âncora do Jornal do SBT, Rachel Sheherazade, criticou ferozmente a mestranda por sua ousadia em trazer à tona as discussões de hierarquia cultural. E não parou por aí. Com seu discurso ultraconversador e reacionário, Sheherazade destilou preconceito, machismo e ignorância sobre o projeto, as relações culturais, a popularização da universidade e o feminismo.
Você pode clicar aqui e ver a carta resposta da mestranda Mariana Gomes à apresentadora Rachel Sheherazade.
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