A Dep. Manuela D´Ávila defende como prioridade o financiamento exclusivo público de campanha e a lista mista - foto Guilherme Neves |
O
nível de controvérsia da reforma política é tão alto que, nem internamente, os
partidos conseguem chegar a um acordo. Cada parlamentar tem uma tese diferente
e a polêmica surge até mesmo em relação à ordem de votação das propostas –
fator crucial para o sucesso ou fracasso da reforma. A palavra final sobre como
será o processo só será dada na reunião do colégio de líderes da Câmara, que
deve ocorrer na própria terça-feira. Diante de tantas posições conflitantes, o
resultado do embate ainda é uma incógnita.
O
líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ), diz que a lista flexível nas
eleições proporcionais e o financiamento público exclusivo das campanhas não
têm respaldo da bancada – a segunda maior da Câmara, com 83 deputados. Na
última semana, ele também defendeu que se vote, em primeiro lugar, o fim das
coligações para as eleições proporcionais.
A
postura de Cunha é reforçada pelo PSDB, que tem o terceiro maior número de
representantes da Casa, com 49 deputados. “O fim das coligações seria um
excelente ponto de partida. As demais questões ainda precisam ser discutidas
mais profundamente”, afirmou o líder da bancada tucana, Carlos Sampaio.
A
defesa esbarra nos interesses do grupo formado por PCdoB, PSD, PSB, DEM, PTB,
PR, PRB, PDT e PSC. Reunidos no fim de março, os nove partidos – que, juntos,
somam 219 deputados – decidiram que vão trabalhar para evitar que o fim das
coligações nas seja o primeiro ponto da pauta.
Para
a líder do PCdoB na Câmara, Manuela D´Ávila, a prioridade é apreciar o
financiamento exclusivo público de campanha e a lista mista – caso contrário,
segundo ela, é possível que a reforma política se resuma a mudanças pontuais.
Como
estratégia para tentar viabilizar a aprovação das mudanças, o relator da
reforma, Henrique Fontana (PT-RS) sugeriu que seja votado primeiro o
financiamento público, que está proposto em um Projeto de Lei. “É importante
começar pelo PL, primeiramente, pelo quórum. Com 257 votos se aprova um projeto
de lei. Segundo que ao, aprovar o projeto de lei ou rejeitá-lo parcialmente,
abre-se uma fase de votação de emendas. Votado o texto principal do projeto de
lei podemos ter a votação de dez, 15, 20 emendas, uma por uma”, explicou.
As
demais propostas estão dentro de uma Proposta de Emenda à Constituição. Para
aprova-la, são necessários 308 votos, em duas votações.
Com
informações O Povo Online
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