Cartazes fixados em
muros no centro da cidade de Crato demonstram indignação dos manifestantes ao pastor Marcos
Feliciano – foto Nicolau Neto
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Entre
os desdobramentos que eclodiram após a eleição de Marco Feliciano para presidir
a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados,
destaca-se a revelação de um Brasil que não aceitou a escolha que veio de cima.
Sem dar trégua desde o dia da divisão das comissões, as muitas manifestações
contra a posse do pastor travaram a pauta da CDHM e colocaram pressão sobre as
maiores lideranças do Congresso Nacional.
Mais
do que mostra de insatisfação com os rumos da comissão, as manifestações
deixaram claro que o descaso com que a maioria dos partidos tratou a CDHM não
condiz com a relevância dos temas em discussão no colegiado. A revolta atingiu
desde movimentos sociais organizados à apresentadora Xuxa, que protestou pelo
Facebook. As redes sociais, a propósito, têm sido o principal canal de
indignação, mas as reações não ficaram restritas ao mundo virtual.
Na
última quarta-feira, (20/03), Feliciano abriu sessão do colegiado sob vaias de
manifestantes que lotavam as galerias da Câmara. Incapaz de dar prosseguimento
à pauta dos trabalhos, o deputado abandonou a sala oito minutos após a abertura
da reunião.
A
pauta da sessão era debate sobre os direitos de portadores de transtorno
mental. Porém, após quase 30 minutos de bate boca, a reunião foi encerrada sem
qualquer discussão sobre o tema.
A
situação colocou sob pressão o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), que teria pedido que o PSC repensasse a indicação de
Feliciano para o colegiado. Segundo Alves, que deu prazo para até a
terça-feira, a situação do parlamentar na CDHM estaria “insustentável”.
Marco
Feliciano, por outro lado, afirmou na última quinta-feira, (21/03), em entrevista a
rádio do Grupo Estado, que não deverá renunciar “de maneira nenhuma” a
presidência da comissão.
Apoiado
pela repercussão popular do caso, grupo de deputados criou a Frente Parlamentar
em defesa dos Direitos Humanos. A ideia é criar alternativa à CDHM no debate
sobre os direitos humanos na Câmara, que estaria, segundo os parlamentares
contrários à indicação de Feliciano, “inviabilizado” na comissão oficial. A
proposta recebeu adesão inclusive de líderes partidários na Câmara, o que não
costuma acontecer em frentes parlamentares do Congresso.
Com
informações O Povo Online
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