Músicas com nomes de carros viraram febre nos paredões dos forrozeiros – mosaico com imagens de capas de cd das bandas e artistas |
Adaptadas
do sertanejo universitário, letras com nomes de carros viram febre nos paredões
dos forrozeiros, fáceis de decorar logo dominaram grande parte das paradas
musicais das rádios da região.
Parece
que tudo começou com o sucesso “Camaro Amarelo”, dos cantores Munhoz e Mariano logo
adaptado para o forró. Música tipo “chiclete”
no linguajar forrozeiro, ou seja, “aquela que gruda”, inicia com o refrão:
“Agora
eu fiquei doce, doce, doce, doce
E agora eu fiquei doce igual caramelo,
To tirando onda de camaro amarelo.”
E agora eu fiquei doce igual caramelo,
To tirando onda de camaro amarelo.”
Depois
veio a Land Rover esnobando mais ainda:
“Na
minha Land Rover
Saio
como todo dia
Sou
a cara da riqueza
Sou
alegria”.
Um
forrozeiro mais humilde cantou: “De Land Rover é fácil, é mole, é lindo, quero
ver jogar a gata no fundo da Fiorino”. Outro forrozeiro considerando que a Fiat
não tinha ficado bem na fita lançou a “Doblô do Pegador” e canta novamente a Fiorino
e o Camaro:
“Não
fique ai pensando que é carro de família
Na minha Doblô eu boto é sete mina
É tão confortável banco reclinável
Melhor que a Fiorino maior que o Camaro”
Na minha Doblô eu boto é sete mina
É tão confortável banco reclinável
Melhor que a Fiorino maior que o Camaro”
A Volkswagen não poderia ficar de fora dessa daí lançaram o “Saveiro Pancadão”
e mais uma vez a Fiorino aparece, agora ao lado da Land Rover a letra muda de
acordo com a banda que canta, mas todas repetem:
“De
Fiorino é massa
De
Land Rover é maneiro
Mais as minas enlouquecem no som da minha Saveiro”.
Mais as minas enlouquecem no som da minha Saveiro”.
A
Fiat ainda emplacou uma musica do Uno Mille em que simulando o acelerador o
cantor chama por sua namorada de nome BRUUUUUUUNNNNAAAA!.
Tem
ainda o Carro Pancadão, Dodge Ram, Fusca, Chevetão e até iate, dentre outras músicas cantadas pelas diversas bandas de forro de plásticos, várias delas com nomes de duplo
sentido e lotam as casas de shows por este Brasil afora.
Infelizmente o “forró de plástico” ganhou a preferência do público e Estado e municípios tem bancado essas bandas com contratações para eventos oficiais sob o argumento de que atende a pedido da maioria.
Em
2011 o então Secretário de Cultura da Paraiba, Chico César, foi contra a maioria e decidiu que o
estado não apoiaria oficialmente eventos que tenham como atrações bandas de
“forró de plástico”. Não deu certo, mas a atitude do Secretário foi apoiada por vários cantores e compositores inclusive
pelo musico pernambucano Alceu Valença postou em seu site oficial um texto em
defesa da postura assumida pelo compositor e secretário.
“Lembro-me
que da última vez que encontrei o mestre Luiz Gonzaga, num leito de hospital,
este me pedia aos prantos: “não deixe meu forrozinho morrer”. Graças a exemplos
como o de Chico César, o velho Lua pode descansar mais tranquilo. O forró de
sua linhagem há de permanecer vivo e fortalecido sempre que houver uma fogueira
queimando em homenagem a São João” dizia a nota de Alceu Valença
Clique e confira as postagens de Chico Cesar e Alceu Valença:
Alceu Valença contra o forró de plástico
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