Imagine
um jogo de tabuleiro em que estados e municípios disputam um pote de ouro
controlado pelo Governo Federal. Cada peça briga por uma porção maior do pote,
mas ninguém quer perder o que já tem. É exatamente essa a situação do País
hoje.
Ao
longo de uma semana movimentada em Brasília, governadores, secretários da
Fazenda, ministros e parlamentares tentaram negociar novas regras de
distribuição do dinheiro da União. Iniciou-se, assim, uma guerra que testará a
força política dos estados e definirá o rumo do pacto federativo brasileiro.
O
pacto federativo previsto na Constituição determina equidade e solidariedade
regional do Governo Federal com os entes federados, seja pela repartição das
receitas, seja pelos incentivos fiscais, para citar apenas dois aspectos.
Acontece
que, há tempos, estados e municípios reclamam de desigualdade e acusam a União
de privilegiar determinadas regiões. Outra queixa comum é feita à suposta
“sovinice” do Palácio do Planalto. Para alguns, o Executivo federal tem
centralizado riquezas, prejudicando o caixa dos poderes locais.
De
acordo com o doutor em Economia e professor da Universidade Federal do Ceará
(UFC) Jair do Amaral, “enquanto houve descentralização dos serviços públicos,
não houve a devida transferência de recursos. Resultado disso é que os sistemas
de saúde e educação estão emperrados, sem falar no saneamento básico que carece
de recursos para investimentos”.
O
tema já estava entalado na garganta de governadores e prefeitos, mas ganhou
fôlego após o debate sobre a divisão dos royalties do pré-sal. Quando a
presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu manter a prioridade da compensação
financeira aos estados produtores de petróleo, os demais reagiram. Uniram-se e
derrubaram a decisão no Congresso Nacional. A questão dos royalties foi a gota
d´água da briga entre os estados, mas há vários outros fatores que tencionam a
relação inter-regional.
Na
edição de hoje o Jornal O POVO discute o que está em jogo nessa guerra e quais
as chances de o Norte e Nordeste conseguirem se impor perante regiões mais
ricas do País. A guerra começou e, como o leitor verá a partir das próximas
páginas, haverá consequências de toda sorte.
ENTENDA
A NOTÍCIA
Nos
últimos dias, o Legislativo foi pautado pela questão do pacto federativo. Os
presidentes da Câmara e do Senado reuniram-se com governadores. Na semana
iniciada hoje, o assunto volta ao centro do debate.
A
cada R$ 100,00 que o Brasil gera de riqueza, R$ 35 são pagos em impostos. A
maior parte desse montante, 23,5%, fica nas mãos do Governo Federal. Os estados
recolhem 8,5% desses tributos e os municípios apenas 1,6%.
Para
compensar esse desequilíbrio, o Governo Federal criou o Fundo de Participação
dos Estados (FPE) e o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Funciona
assim: parte do que a União arrecada de Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) e de Imposto de Renda (IR) cai direto no FPE e no FPM.
Acontece
que, ao longo dos últimos anos, o Governo Federal passou a ganhar menos
dinheiro com aqueles dois impostos, principalmente porque resolveu desonerar
alguns setores produtivos para impulsionar a economia.
De
acordo com o deputado federal Danilo Forte (PMDB-CE), há cerca de 20 anos o IPI
e o IR eram responsáveis por 77% das receitas da União. No ano passado, as duas
taxas representavam apenas 45% da arrecadação.Isso impactou diretamente nos
caixas de prefeituras e governos. Todo mundo chiou
Com
informações O Povo Online
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