115 cardeais participaram das reuniões de ontem - foto Renata Giraldi |
O conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI
na Cidade do Vaticano, depois de sua histórica renúncia, terá início na próxima
terça-feira, dia 12. Foi o que anunciou o Colégio de Cardeais na oitava
congregação geral (reunião) de ontem à tarde. “Durante a manhã será celebrada
na basílica de São Pedro a Santa Missa Pro elegendo Romano Pontífice e durante
a tarde do mesmo dia, entrarão no conclave”, explicou a nota dos chamados
príncipes da Igreja Católica.
Nas
reuniões de ontem participaram os 115 cardeais com direito a voto, com menos de
80 anos de idade, após a chegada na véspera do vietnamita Jean-Baptiste Pham
Minh Man, arcebispo da Cidade Ho Chi Minh, o único que faltava. Os cardeais
iniciaram na segunda-feira suas reuniões a portas fechadas na Sala do Sínodo
para definir o perfil do Papa que deverá substituir o emérito Bento XVI, que
abdicou no dia 28 de fevereiro ao seu cargo alegando falta de forças. O gesto
inédito em tempos modernos comoveu uma instituição já atingida por uma série de
escândalos.
A
data de início do conclave foi votada por maioria simples, ao término de cinco
dias de deliberações nas quais falaram mais de 100 cardeais procedentes de
todos os continentes. Apenas dois deles com direito a voto deixarão de
participar da eleição do novo papa: o indonésio Julius Riyadi Darmaatmadja,
arcebispo de Jacarta, por motivos de saúde, e o escocês Keith O’Brien,
ex-titular de Edimburgo, que renunciou por motivos pessoais após reconhecer
condutas sexuais impróprias nos anos 1980.
O
mundo católico espera que a Igreja tenha um novo santo padre antes da Semana
Santa, nos dias 28 e 29 deste mês, um dos ritos mais importantes do ano
litúrgico. Segundo fontes religiosas, a maioria dos cardeais, sem diferença
entre progressistas e conservadores, discutiram sobre a desacreditada Cúria
Romana,(o governo do Vaticano, em suas reuniões desta semana.
“Em
diversas ocasiões abordaram o tema da colegialidade”, admitiu o porta-voz do
Vaticano, padre Federico Lombardi, com estilo diplomático. Eles abordaram os
graves problemas de gestão da Igreja Católica e suas repercussões no restante
do mundo.
ENTENDA
A NOTÍCIA
A
escolha por terça-feira sugere que os cardeais optaram por uma solução
intermediária entre os que defendiam a antecipação e o adiamento do conclave.
Ou seja, houve uma antecipação, mas com tempo suficiente para que assuntos mais
espinhosos fossem debatidos antes do fechamento das portas da Capela Sistina.
O
conclave que se reunirá no dia 12 de março no Vaticano é uma assembleia de
cardeais regida por regras muito rígidas, durante a qual os cardeais se isolam
do mundo exterior para evitar pressões até terem escolhido um novo Papa.
A
palavra “conclave” vem do latim, “cum clavis”, e significa precisamente
“fechado à chave”. O sistema de fechar os cardeais teve início no Concílio Lyon
II (1274).
Na
próxima semana, 115 cardeais com menos de 80 anos dos 117 que compõem o corpo
eleitoral (um indonésio e um britânico não participarão) se fecharão no recinto
da cidade do Vaticano, declarado zona de Conclave.
Antes,
todo o Colégio Cardinalício, incluindo os maiores de 80 anos, terão realizado
as chamadas congregações ou assembleias para debater o estado da Igreja e definir
o perfil do sucessor de Bento XVI, após sua histórica renúncia no dia 28 de
fevereiro.
O
novo Papa será eleito em uma das votações que serão realizadas na Capela
Sistina.
Durante
a duração do Conclave, os cardeais serão proibidos de utilizar qualquer tipo de
comunicação com o exterior, sem telefone ou computadores. Não poderão enviar
mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais.
O
Vaticano ordenou inclusive uma limpeza eletrônica para detectar qualquer
possível mecanismo transmissor ou receptor camuflado no âmbito da clausura e
colocou um aparelho que restringe os sinais de rádio dentro da Capela Sistina e
nas áreas próximas a ela. No início do conclave, os cardeais farão um juramento
de silêncio. Além dos cardeais, todos os funcionários do serviço que têm acesso
a eles também deverão jurar que manterão segredo sobre tudo o que tiver relação
com as reuniões, sob pena de excomunhão.
O
conclave terá início com uma missa votiva “Pro elegendo papa”, após a qual os
cardeais se dirigirão em procissão até a Capela Sistina, local da eleição,
cantando o Veni Crator para invocar a ajuda do Espírito Santo, segundo a
Constituição Apostólica.
Além
disso, o mestre de cerimônias pronuncia o “Extra omnes!” (“Fora todos!”,
ordenando que aqueles que não tenham a ver com a eleição saiam do recinto). As
portas se fecham e ficam sob a proteção da Guarda Suíça. Para ser eleito, um
cardeal precisará de uma maioria de dois terços, ou seja, 77 votos. O voto é
secreto. Os cardeais não têm direito de se abster nem de votar em si mesmos.
Com
informações O Povo Online
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