Queda do meteoro, além do espetáculo visual, deixou um rastro de destruição e, segundo cálculos oficiais, mais de 1.100 feridos na Rússia – foto Oleg Kargopolov |
A
passagem de um meteorito que cortou o céu na região Oeste da Sibéria, nos
montes Urais, assustou os moradores da cidade de Cheliabinsk. A explosão causou
uma onde de choque que estilhaçou vidraças e derrubou muros na cidade, deixando
1.100 pessoas feridas, das quais cerca de 200 crianças. Estima-se que o
acontecimento tenha atingido uma área de 100 mil metros quadrados e danificado
cerca de três mil edificações, entre as quais muitas escolas.
Segundo
especialistas, este é o maior objeto a atingir a Terra em um século. O anterior
havia sido também na Rússia, em 1908 no lago Tunguska, na Sibéria, quando um
objeto de 100 metros explodiu sobre a região. Estima-se que o corpo celeste de
agora pesasse sete mil toneladas antes de se partir na atmosfera.
“Estava
sentado trabalhando e a janela estava levantada. Em segundos foi como se a
cidade inteira tivesse sido iluminada. Olhei para fora e vi uma grande mancha
brilhante no céu que durou dois, três minutos e então os cachorros começaram a
uivar”, disse um homem identificado como Artyom.
Cheliabinsk
tem pouco mais de um milhão de habitantes e se localiza cerca de 1.500
quilômetros a leste de Moscou. A região tem forte presença de indústria bélica,
inclusive com produção de armas nucleares. Falta informações de vazamento de
radiação, segundo fontes do Governo.
Asteroide
paralelo
Apesar
da coincidência, a queda do meteorito na Rússia e a passagem “de raspão” de um
asteroide pela Terra ontem não são eventos relacionados, segundo especialistas.
“É literalmente uma coincidência cósmica”, afirmou Alan Fitzsimmons, do Centro
de Pesquisa de Astrofísica da Universidade da Rainha em Belfast, na Irlanda do
Norte.
“O
asteroide vai do Norte para o Sul”, afirmou Don Yeomans, chefe da Seção de
Objetos Próximos, da agência espacial norte-americana Nasa. Segundo ele, a
trajetória do corpo celeste que caiu na Rússia não era compatível com o que se
esperaria de um objeto que viajasse junto ao asteroide que se aproximou da
Terra .
Na
opinião de Daniela Lazzaro, chefe do projeto Impacton do Observatório Nacional,
no Rio de Janeiro, e que monitora asteroides e outros objetos espaciais
potencialmente perigosos, a discrepância na direção entre o asteroide e o
meteoro é mesmo uma evidência forte de que esses eventos não foram
relacionados.
Ela
ressaltou, porém, que a ocorrência de fenômenos como esse é até bastante comum.
O que termina o nível dos estragos é a região atingida e não só o tamanho do
objeto.
Segundo
a pesquisadora, é preciso destacar que as pessoas não foram feridas pelo
meteorito em si, mas pelos efeitos secundários. A entrada do meteorito na
atmosfera foi captada por diversas câmeras de vigilância instaladas sobre
painéis de veículos russos. Os motoristas do país usam as câmeras nos carros
para obter provas para reclamar o seguro de acidentes, num país em que más
estradas, tempo extremo e condutores alcoolizados produzem altas taxas de
acidentes.
Com
informações O Povo Online
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