O Jornalista alagoano Roberto Vilanova publicou no seu Blog Cada Minuto um
artigo que relembra o temor da Santa Sé que
a liderança religiosa do Padre Cicero levasse à criação de uma Igreja Católica,
Apostólica e Brasileira.
Roberto Villanova começou no
Jornalismo em 1973. Foi repórter II do Jornal do Brasil (1977/88) atuando como
correspondente do JB em Alagoas e na Paraíba. Redator de Política do Jornal de
Brasília (1992/93) e atualmente colunista político de O Jornal, onde assina a
coluna Contexto.
Villa nova foi primeiro blogueiro da
imprensa alagoana e um traz um tema por varias vezes abordado na imprensa cearense, mas um um grande rique de detalhes.
Vamos ao artigo de Villanova:
"Por que até o Papa tem medo do Padre Cícero?
O cardeal Joseph Ratzinger conduziu
durante dez anos o processo para beatificação e posterior canonização do padre
cearense Cícero Romão Batista.
Não há, no Vaticano, quem conheça
melhor a vida e os “milagres” do padre Cícero; o cardeal Ratzinger é
o maior especialista sobre o padre Cícero, dentro da Igreja
Católica.
O cardeal Joseph Ratzinger virou
o Papa Bento 16 e esperava-se que ele desse sequência ao
processo que conduziu na condição de cardeal, mas qual o quê?!
O processo empacou no Vaticano.
Para entender a peleja do Vaticano
com o padre Cícero cabe lembrar que a Santa Sé temia que a
liderança religiosa do padre cearense levasse à criação de uma Igreja Católica,
Apostólica e Brasileira.
Sim, porque a que está aí é Romana.
Na década de 1930, o Vaticano
designou o reitor do Convento de Brindsi, o frei Pio
Giannotti, para liderar a “Santa Missão” destinada a fortalecer o poder da
Santa Sé na região mística do sertão nordestino.
Nessa região, especialmente na região
das “sete cidades” do sertão do Cariri, expandiu-se o fanatismo religioso que,
ao contrário do que muitos pensam, não começou com o Padre Cícero –
antes dele, prevaleceu a pregação do “padre Ibiapina”, uma espécie
de precursor do Padre Cícero.
Ibiapina era um advogado em Recife que, por desilusão amorosa, renunciou a
toga e vestiu uma batina. Começou a pregar e a criar as chamadas “Casas de
Caridade”, o que assustou os padres franceses que administravam o Convento de
Fortaleza.
Pressionado pelo Vaticano, o “padre Ibiapina”
capitulou. Mas, quando o Vaticano pensava que tinha resolvido o problema,
deu-se o “milagre” da beata Maria da Luz – que fez surgir o
padreCícero como novo líder espiritual na região do Cariri.
Em 1931, o ex-reitor do Convento de
Brindsi, Pio Giannotti, desembarcou no Brasil e mudou de nome.
Passou a se chamar “frei Damião de Bozzano”.
Soldado combatente na I Guerra
Mundial, nada revelava na figura baixinha do frei Damião esse
passado de guerreiro. E, no Brasil, ele se desincumbiu com sucesso da tarefa
dada pelo Vaticano e, se não conseguiu eliminar totalmente o prestígio do padre Cícero,
pelo menos conseguiu dividi-lo.
E, por ironia, há quem o compare à
reencarnação do Padre Cícero – o que o frei Damião rechaçava
com mau-humor, sob a alegação de que o Padre Cícero desobedeceu
ao papa.
Mas, gente, passado tantos anos e
diante dessa oportunidade de ser o papa atual o responsável pelo processo de
canonização do padre Cícero, não é estranho que a Igreja Católica
Romana ainda tema o prestígio do padre cearense?
Quem sabe esse temor se deve ao fato
de o padre Cícero ser o único líder religioso no mundo que não
foi peregrino?!
O padre Cícero nunca
saiu do Joazeiro. As pessoas é que vão lá, ainda hoje, para reverenciá-lo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.