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As crianças precisam de desafios, iniciação aos esportes, contato com a natureza e visitas a museus |
Você
já parou para pensar no que o seu filho faz quando está fora da escola? Assiste
TV, pratica esportes, brinca com amiguinhos? Nas férias, nos fins de semana ou
no contraturno, é natural que as crianças (e os pré-adolescentes, claro)
queiram se divertir, mas os pais devem estar atentos às brincadeiras dos
pequenos (e mesmo daqueles que não são mais tão pequenos), pois há atividades
adequadas e inadequadas para cada faixa etária.
A
educadora Adriana Friedmann, autora dos livros A Arte de Brincar e Desenvolvimento
da Criança através do Brincar, explica que o "brincar" deve ter lugar
prioritário na vida da criança. "Brincar é fundamental na infância por ser
uma das linguagens expressivas do ser humano. Proporciona a comunicação, a
descoberta do mundo, a socialização e o desenvolvimento integral", afirma.
De
acordo com a educadora, o "brincar" é composto por vários elementos:
uma estrutura (começo, meio e fim), os meios (como brincar), os fins (por que
brincar), o conteúdo (a temática da brincadeira), as regras, o espaço, o tempo,
os brinquedos, os parceiros e um comportamento lúdico (ações e reações daqueles
que brincam). "Historicamente o homem sempre brincou, através dos diversos
povos e culturas e no decorrer da história, sem distinção, nas ruas, praças,
feiras, rios, praias, campos. Mas, ao longo do tempo, as formas de brincar, os
espaços e tempos de brincar, os objetos de brincar e os brincantes foram se
transformando", afirma Adriana Friedmann. Leia mais sobre a história da
infância na reportagem O fim da infância.
Segundo
a educadora, brincar sempre foi essencial para o ser humano, mas é uma ação que
está perdendo seu espaço físico e temporal. Entre as causas dessa perda de
espaço estão o crescimento das cidades, a ausência de locais públicos voltados
para o lazer, o fato de as crianças terem muitas atividades extracurriculares,
a falta de segurança e a inserção da mulher no mercado de trabalho, o que
diminuiu o tempo das crianças perto da família.
Tudo
isso provocou uma redução na quantidade de tempo que as crianças dedicam a
brincadeiras. Para não deixar que o seu filho cresça sem saber o que são
brincadeiras como esconde-esconde e amarelinha, é preciso que você entre em
ação, acompanhe as atividades dele e incentive-o a brincar de forma saudável e
adequada para a idade. A educadora Adriana Friedmann alerta: cada faixa etária
exige um tipo diferente de brincadeira.
Veja a seguir quais as atividades mais
indicadas para cada idade e confira se você sabe incentivar o seu filho a brincar de forma saudável
e educativa.
A
melhor brincadeira de 0 a 3 anos
O
que a criança curte nessa fase: As crianças menores gostam de levar objetos à
boca, jogá-los e deixá-los rolar. Gostam também de sons, que estimulam o
movimento.
O
que os pais devem lembrar: Nesta fase, é importante que o adulto esteja sempre
por perto. As crianças devem brincar em espaços seguros e sem riscos. Também é
preciso observar a alimentação e o sono, pois passeios muito longos podem
cansar. Entre zero e 3 anos, é muito importante que a criança tome ar puro e
sol e fique em contato com a natureza. Mas é bom observar o horário: das 9 às
11horas ou entre 15 e 16 horas.
Atividades
ideais: Aquários, parquinhos infantis, peças ou apresentações musicais infantis,
passeios ao ar livre em carrinhos são atividades ideais.
Ponto
de atenção: Não se recomenda exposição à TV, computador ou vídeos. Espaços
muito barulhentos e lotados, como shopping centers, não são adequados, pois as
crianças precisam de liberdade para se movimentar.
Dica
da Adriana: "Nessa idade, o mais importante é que o adulto se adapte ao
programa dos menores".
A
melhor brincadeira de 3 a 7 anos
O
que a criança curte nessa fase: A criança já tem uma certa independência e
gosta de brincar sozinha com irmãos ou amiguinhos.
O
que os pais devem lembrar: A partir dos 3 anos, é importante que as crianças
participem das escolhas dos programas. Elas já não precisam estar sempre
acompanhadas do pai ou da mãe, podendo ficar em companhia de outros adultos,
mas sempre sabendo que os pais voltarão para buscá-las. Também é interessante
conversar com elas após os programas, tentar descobrir o que elas sentiram, se
gostaram, se têm vontade de repeti-lo.
Atividades
ideais: Contato com a natureza, com animais, passeios e brincadeiras ao ar
livre com equipamentos que as desafiem, como bolas, triciclos ou bicicletas,
são ótimas atividades para dias bonitos. Quando estiver frio ou chovendo,
atividades artísticas em casa e visita a museus, de preferência interativos,
são boas opções.
Ponto
de atenção: TV e vídeos já são permitidos, mas apenas por curtos períodos
diários.
Dica
da Adriana: "Nesta idade, a crianças já falam e sabem explicar o que
gostam, o que lhes provoca medo, o que querem ou não".
A
melhor brincadeira de 7 a 10 anos
O
que a criança curte nessa fase: Quando chegam ao Ensino Fundamental, as crianças
querem e procuram companhias da mesma idade. Gostam de acampamentos, espaços ao
ar livre e parques.
O
que os pais devem lembrar: A companhia de outras crianças da mesma idade é
recomendável e muito salutar. Atividades como acampamentos e idas a clubes e a
parques proporcionam essa convivência. Nessa faixa de idade, as crianças também
já podem passar alguns períodos sozinhas, para que escrevam, pintem e brinquem
do que tiverem vontade.
Atividades
ideais: As crianças precisam de desafios, iniciação aos esportes, contato com a
natureza e visitas a museus. Leitura e jogos de tabuleiro também são boas
opções, principalmente para dias frios ou nublados, quando preferem ficar
dentro de casa. O contato com instrumentos musicais também é muito
interessante.
Ponto
de atenção: TV, vídeo e computador devem ser limitados. Como nessa idade as
crianças já são mais independentes, é preciso atenção com comidas fora de casa,
principalmente com fast food e com petiscos rápidos.
Dica
da Adriana: "Como as crianças já têm discernimento, os eletrônicos, se
usados por longos períodos, têm o poder de atrapalhá-las".
A
melhor brincadeira de 10 a 12 anos
O
que o pré-adolescente curte: Esta é uma fase de autonomia em que os jovens
procuram outros da mesma idade, esportes diversos, saídas em grupo.
O
que os pais devem lembrar: É uma fase que deve ser acompanhada pelos adultos
com muita conversa e orientação. É importante que os pais conheçam as
companhias dos filhos e estimulem a convivência com outras crianças da mesma
idade.
Atividades
ideais: Iniciar o aprendizado de novas habilidades, como esportes, instrumentos
musicais e técnicas plásticas, pode ser interessante nesse período. Centros de
convivência e clubes costumam oferecer atividades em grupo ideais para essa
faixa etária. Livros e música também são sempre uma boa pedida.
Ponto
de atenção: TV, computador e vídeo ainda devem ser acompanhados de perto, tanto
no tempo de exposição quanto nos conteúdos.
Dica
da Adriana: "Dos 10 aos 12 anos, os pais também devem orientar os filhos
no uso do dinheiro, em como usar transporte público, como se locomover, se
proteger e se deslocar na rua ou em espaços públicos".
Com informações Revistar Educar para Crescer