Secretária Izolda Cela reuniu-se ontem com sindicato dos professores e fechou acordo sobre o concurso - foto Tatiana Fortes |
Está
em fase de finalização um edital da Secretaria Estadual da Educação (Seduc)
para a realização de concurso público com foco na contratação de três mil
professores para a rede de ensino do Ceará. O documento será publicado ainda
este ano, segundo informou a titular da pasta, Izolda Cela, ontem (01/11),
após reunião com representantes do sindicato da categoria para tratar de
melhorias para os profissionais.
Os
aprovados assumirão os cargos até o fim do primeiro semestre de 2013. Serão
efetivados no lugar de três mil educadores mantidos hoje por contratos
temporários - perfil que, em decorrência do certame, reduzirá em 42,85% (já que
o total de não-efetivos é de aproximadamente sete mil com carga de 40 horas
semanais, conforme a Seduc).
Quando
forem empossados, os concursados se juntarão aos cerca de 20 mil professores
ativos na rede estadual. “Estamos nos últimos ajustes. Com a maior brevidade
possível, teremos o concurso. As vagas serão oferecidas considerando as
carências de cada região. A pessoa que for sendo chamada pela ordem de classificação,
fará a opção pelo local que lhe interessar”, adiantou Izolda.
Serão
contempladas as três séries do ensino médio e as três últimas séries do ensino
fundamental eventualmente mantidas pelo Governo em municípios que não as
oferecem. Ao O POVO, a secretária adiantou que as maiores carências previamente
apresentam-se nas áreas de matemática, física, química e língua estrangeira (em
especial, espanhol).
A
quantidade de vagas por região e o salário a ser pago são tópicos que só serão
divulgados no próximo dia 14, data estipulada pelo Governo como limite para
encaminhar a proposta à Assembleia Legislativa. A matéria deve tramitar em
regime de urgência. O certame só pode ser realizado com o aval dos deputados
estaduais, assim como melhorias na remuneração do corpo docente ativo e a
destinação de um terço da carga horária do professorado para atividades de
planejamento e participação em projetos, grupos de estudo etc - pontos também
acordados entre a Seduc e o Sindicato Apeoc.
Com
a implantação do “um terço”, surgiriam lacunas nas escalas que não teriam como
ser preenchidas pelos sete mil temporários. Daí a necessidade de contratação de
novos efetivos.
Para
tudo ser posto em prática, o Governo diz que vai expandir de 67% para 77% o
comprometimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) com salários. O
equivalente a R$ 118 milhões a mais, de acordo com Izolda Cela, mas nada que
afete o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A expansão teria
caráter imediato, tão logo fosse aprovada pela AL.
Presidente
do Sindicato Apeoc, Anízio Melo comemorou o fato de estender o uso do Fundeb
por meio de lei (nº 15.064). Se concretizado, o Ceará será o único estado
brasileiro a utilizar esse método, segundo a Seduc. “Conseguimos avanços
significativos. Estamos encerrando um ciclo fruto de muita mobilização e
negociação. Somos a quarta ou a quinta unidade da Federação com pior
remuneração do País. Precisamos melhorar”, argumentou.
Com
informações O Povo Online
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