Elmano durante discurso na av. da Universidade após a apuração - foto Eduardo Magalhães |
Após
vencer o primeiro turno, Elmano de Freitas (PT) não conseguiu sustentar a
façanha e foi vencido pelas forças política e econômicas em sua primeira
eleição. Com isso, termina também o ciclo de oito anos de administração do PT
na Capital, comandado pela maior incentivadora da candidatura de Elmano,
Luizianne Lins (PT). Agora, partido, prefeita e candidato entram em um novo
momento.
Para
entender como se deu a derrota de Elmano é preciso lançar um breve olhar sobre
as poucas e decisivas semanas do segundo turno. No dia seguinte ao primeiro
turno, o Jornal O POVO já mostrava algumas dificuldades que Elmano encontraria
para manter-se à frente. A estrutura de campanha menor que a do adversário era
um deles. A dificuldade de conseguir apoios era outra – em contrapartida ao
amplo arco de aliança de Roberto Cláudio (PSB).
Um
dos maiores trunfos era a vinda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para
o palanque, que, porém, não surtiu o efeito esperado. Assim, mesmo sem cometer
grandes erros, a estratégia mostrou-se incapaz de garantir a dianteira na
disputa.
Aos
42 anos, Elmano certamente ainda tem um longo futuro político pela frente –
ontem, no entanto, ao discursar pela primeira vez como candidato vencido, ele
disse não ter pretensões por outros cargos eletivos, por enquanto. “Vou
continuar advogando no movimento popular”, afirmou. Embora ele saia da eleição
maior que entrou, provavelmente não alcançará status de nova liderança no
partido, o que ocorreria naturalmente caso tivesse saído vitorioso.
Luizianne
Lins terá pela frente uma situação delicada para administrar. Com uma ascensão
política rápida – de vereadora, passando à deputada estadual e depois à
prefeita em menos de uma década – ela colecionava êxitos até ontem. A partir de
janeiro, estará sem cargo eletivo e sem a força de ter conseguido fazer o
sucessor.
Embora
ainda deva continuar com considerável grau de influência local, Luizianne deve
enfrentar dificuldades para levar em frente aspirações políticas mais elevadas.
E tende a enfrentar ainda mais resistência dentro do próprio partido.
Até
alguns petistas consideram que a gestão Luizianne é essencialmente concentrada
na Democracia Socialista (DS), a corrente interna da prefeita no PT. Agora, as
demais correntes e lideranças tendem a reivindicar maior participação e lutar
pelo comando da sigla. Porém, ontem a prefeita confirmou que segue no comando
estadual do PT pelo menos até novembro de 2013, quando ocorre novo processo de
eleição interna.
Na
Câmara Municipal, os quatro petistas eleitos são ligados a Luizianne e, por
isso, tendem a se opor à administração de Roberto Cláudio. Líderes petistas
ouvidos pelo Jornal O POVO ontem, no entanto, preferiram não antecipar a
postura dos parlamentares na próxima gestão, apesar de terem destacado o
desgaste na relação com o PSB .
No
nível estadual, o mais provável é que os petistas permaneçam aliados a Cid
Gomes (PSB), mesmo com o esfacelamento que a campanha trouxe para a relação
entre ele e a prefeita. Há três secretários petistas na gestão estadual – todos
eles ausentes no comitê de Elmano ontem e fortemente criticados por outros
colegas de partido. Na Assembleia, dos três parlamentares do PT, o único ligado
a Luizianne é Antônio Carlos, que é suplente em exercício.
Durante
discurso na av. da Universidade, após a apuração, Elmano 13 agradeceu o apoio de todos que
militaram e trabalharam pela sua campanha.
"Meu
sentimento é de missão cumprida. Estou muito feliz e agradecido pelo mais de
500 mil votos que recebi hoje. Nós somos um projeto político e vamos seguir
nossa luta por uma cidade mais justa" disse o candidato
Com
informações O Povo Online
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