Juíza Mônica Fontgalland substitui o Juiz Cid Marconi - foto divulgação |
Em
decisão que dividiu o pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), o
presidente da Corte, desembargador Ademar Mendes Bezerra, decidiu ontem (28/07) pela
permanência da juíza Mônica Fontgalland na composição da Casa. Após cerca de
duas horas de discussão, o voto de minerva do presidente, que deveria ter
encerrado o caso, foi seguido por pedido de vistas feito pela desembargadora
Iracema do Vale.
A
decisão era aguardada com grande ansiedade no meio político, uma vez que a
entrada de Fontgalland havia provocado uma nova correlação de forças no
Tribunal. Foi essa nova correlação, por exemplo, que levou à cassação do
prefeito de Carnaubal, Raimundo Chaves de Araújo, por infidelidade partidária.
Entre
os que defendiam o afastamento da magistrada, o argumento é de que quem deveria
ocupar a vaga aberta em outubro pelo juiz Cid Marconi seria o magistrado
Antonio Sales, por critério de antiguidade. Entretanto, a nomeação de ambos os
juízes aconteceu no mesmo dia, tendo eles o mesmo tempo de permanência na
Corte, conforme argumenta Ademar Bezerra.
“Tendo
sido a posse na mesma data, o que prevalece é o critério de idade ou ‘anterior
exercício do cargo’. Mas, alguns dos colegas imaginavam que ‘anterior
exercício’ seria o fato do dr. Antônio Sales ter participado de uma primeira
sessão em que a doutora Mônica não pôde comparecer, mas não é assim que é feita
a contagem. ‘Anterior exercício’ é quando há um mandato anterior”, explicou o
presidente do TRE-CE. A permanência da juíza foi assegurada, então, por
critério de idade.
Questionado
pelo Jornal O POVO sobre a hipótese de haver supostos interesses escusos por trás da
tentativa de afastamento da magistrada Fontgalland, Ademar Bezerra confirmou
que advogados de prefeitos do interior cearense tentavam conseguir a nulidade
de alguns julgamentos que tiveram a palavra final da juíza. “É um direito
deles”, disse o presidente, sem citar nomes. “Ai dos vencidos”, encerrou, ao
comparar o caso a episódio da Roma Antiga.
Após
fazer o pedido de vistas da decisão, Iracema do Vale preferiu não aprofundar os
motivos para tê-lo feito. “Quero estudar melhor a matéria. Só isso”, resumiu.
Mônica Fontgalland também foi econômica nas palavras quando abordada pelo O
POVO para comentar a decisão, logo após a votação de ontem ser concluída. Ela
disse, apenas, que respeita qualquer decisão que seja tomada pelo pleno.
ENTENDA
A NOTÍCIA
A
chegada de Fontgalland ao TRE mexeu com o perfil de votações no Tribunal, e
alguns julgamentos recentes tiveram de ser decididos pelo presidente da Corte,
que só se manifesta em caso de empates.
Ainda
que a magistrada fosse afastada do posto, os juizes do TRE garantiram, nos
bastidores, que os julgamentos já consolidados com a palavra final de Mõnica
Fontgalland não seriam anulados. As decisões seriam mantidas inalteradas.
Com
informações O Povo Online
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