Paulo Frateschi, secretário nacional de Organização do PT - foto Ricardo Weg |
Concessões
feitas a partidos aliados podem levar o PT a lançar em 2012 o menor número de
candidaturas próprias nas capitais desde que a sigla assumiu a Presidência, em
2003. Para acomodar as legendas que integram a base do governo federal, os
petistas cogitam abrir mão de cabeças de chapa em até 10 das 26 cidades. Em
2004, isso só ocorreu em três municípios.
Petistas
que pretendiam disputar as eleições nas capitais afirmam que as movimentações
da direção nacional contribuem para enfraquecer o PT em sua base. Para eles, os
benefícios dessas alianças são frágeis e o partido ficará refém de outras
siglas.
O
PSB já recebeu o apoio do PT em Belo Horizonte e discute acordos em Macapá e
Boa Vista. O PDT terá os petistas em seu palanque em Curitiba e negocia em
Maceió e Manaus. O PMDB recebeu apoio à reeleição de Eduardo Paes no Rio. O PT
também pode se unir ao PTB em Teresina e ao PCdoB e Florianópolis. Em Palmas,
ainda estuda se lança candidato próprio ou apoia uma chapa lançada por alguma
legenda da base do governo.
“Os
partidos aliados reclamam que não cedemos nada e cobram o nosso apoio nas
capitais. Nesse cenário, considerando o tamanho da base do governo, estamos até
com muitos candidatos nas capitais”, diz o secretário de organização do PT,
Paulo Frateschi, “Ninguém vai rachar ou deixar de votar com a gente no
Congresso por causa disso, mas, se não abrirmos espaço, cria-se tensão”.
Em
2004, na primeira eleição municipal sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o
PT lançou candidatos em 23 das 26 capitais. Só apoiou nomes de outros partidos
em Maceió (PSB), Manaus (PCdoB) e Boa Vista (PPS). Já em 2008, o partido abriu
mão de sete candidaturas.
A
desistência de candidaturas próprias costuma ser decidida por votação em
encontros do PT nos municípios, mas os líderes nacionais negociam a estratégia
de maneira mais ampla.
Para
o historiador Lincoln Secco, autor de A história do PT, a estratégia do partido
mudou depois da eleição de Lula, quando “diminuiu a força do projeto
alternativo” da sigla. “A direção nacional consegue impor sua política de
alianças às localidades. Antes, isso gerava muita luta interna e intervenções.
Hoje, a convivência é melhor porque ninguém quer confrontar o Palácio do
Planalto”.
Com
informações O Povo Online
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