Dilma durante cerimônia de instalação da Comissão Nacional da Verdade - foto Roberto Stuckert Filho |
A
presidenta Dilma Rousseff afirmou ontem (16/05), no Palácio do Planalto, ao dar
posse aos integrantes da Comissão da Verdade, que o Brasil e as novas gerações
merecem a verdade. Segundo Dilma, a comissão, que terá prazo de dois anos para
apurar violações aos direitos humanos ocorridas no período entre 1946 e 1988,
que inclui a ditadura militar (1964-1985), não será pautada pelo revanchismo e
pelo ódio.
“O Brasil merece a verdade, as novas
gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que
perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de
novo e sempre a cada dia. É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais,
se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo,
pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as
mulheres livres que não têm medo de escrevê-la.”.
Segundo
a presidenta, a criação da Comissão da Verdade não foi movida pelo desejo de
reescrever a história. Para Dilma, a instalação da comissão é a celebração da
transparência da verdade de uma nação que vem trilhando seu caminho na
democracia.
“Ao instalar a Comissão da Verdade não nos
move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma
diferente do que aconteceu, mas nos move a necessidade imperiosa de conhecê-la
em sua plenitude, sem ocultamentos, sem camuflagens, sem vetos e sem
proibições”.
Dilma
afirmou que os sete integrantes da Comissão da Verdade – Cláudio Fonteles,
Gilson Dipp, José Carlos Dias, João Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl,
Paulo Sérgio Pinheiro e Rosa Maria Cardoso da Cunha – foram escolhidos pela
competência e pela capacidade de entender a dimensão do trabalho que vão
executar.
“Ao convidar os sete brasileiros que aqui
estão e que integrarão a Comissão da Verdade, não fui movida por critérios
pessoais nem por avaliações subjetivas. Escolhi um grupo plural de cidadãos, de
cidadãs, de reconhecida sabedoria e competência. Sensatos, ponderados,
preocupados com a justiça e o equilíbrio e, acima de tudo, capazes de entender
a dimensão do trabalho que vão executar. Trabalho que vão executar – faço
questão de dizer – com toda a liberdade, sem qualquer interferência do governo,
mas com todo apoio que de necessitarem”, disse a presidenta.
Na
cerimônia, a presidenta também falou sobre a Lei de Acesso à Informação, que
passa a vigorar a partir de hoje, junto com a Comissão da Verdade.
“A nova lei representa um grande
aprimoramento institucional para o Brasil, expressão da transparência do
Estado, garantia básica de segurança e proteção para o cidadão. Por essa lei,
nunca mais os dados relativos à violações de direitos humanos poderão ser
reservados, secretos ou ultrassecretos”.
Com
informações Blog do Planalto
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