“Chico
Anysio é exemplo da raça cearense que, em meio às dificuldades,
preserva o humor. Chico, você está imortalizado”. Foi com essas palavras
que o governador Cid Gomes iniciou nesta quinta-feira (12), a cerimônia
de despedida do artista cearense, no Teatro Chico Anysio, em Fortaleza.
Na homenagem Cid destacou que o dia 12 de abril, além de ser a data de
aniversário de Chico, é também a data que o Ceará celebra o Dia do Humor
e o Governador sugeriu que a data fosse nacionalizada . Chico Anysio
faleceu no dia 23 de março aos 80 anos, após ficar um longo período
internado e sofrer uma parada cardiorrespiratória. Na ocasião, o
governador Cid Gomes decretou luto oficial de três dias devido ao
falecimento do artista cearense.
“Estou
devolvendo o Chico para vocês. Ele sempre teve muito orgulho de suas
origens e sempre dizia que os dois lugares que ele esteve mais feliz foi
nos estúdios do Projac e no sítio em Maranguape e estou nesse momento
realizando o desejo dele”, disse a viúva do artista, Malga di Paula, ao
apresentar parte das cinzas de Chico às dezenas de pessoas que lotaram o
Teatro.
Após a despedida no Teatro, a comitiva formada também pelo filho do
artista, André Lucas, pelo secretário do Turismo, Bismarck Maia, e pelo
ex-governador Ciro Gomes, seguiu em cortejo para Maranguape, na Região
Metropolitana de Fortaleza, seguindo o carro do Corpo de Bombeiros que
levava as cinzas do artista. Durante o trajeto, populares aplaudiram a
passagem. Outra parte das cinzas do cearense foram lançadas no Projac.
O
cortejo chegou ao estádio Moraisão, em Maranguape, cidade natal de
Chico e foi recebido por uma banda de música, que tocou o tema de
abertura da "Escolinha do Professor Raimundo", programa de grande
sucesso do artista, e em seguida "Parabéns a você". A data de hoje marca
o nascimento de Chico Anysio, que, se vivo estivesse, estaria
completando 81 anos de idade. Muitos populares também aguardavam a
chegada do cortejo.
No momento final da homenagem, Cid Gomes, Malga di Paula e André
Lucas embarcaram em um helicóptero e sobrevoaram a Serra de Maranguape,
onde foram jogadas as cinzas de Chico Anysio, como era seu desejo.
Participaram da homenagem os deputados federais Chico Lopes,Artur Bruno e
Raimundo Gomes de Matos; o senador Inácio Arruda, o prefeito de
Maranguape, George Valentim e o deputado estadual Rogério Aguiar. Os
humoristas Zebrinha, Ciro Santos, Lailtinho Brega e Tirulipa (filho de
Tiririca), também participaram da homenagem.
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, conhecido como Chico
Anysio, nasceu em Maranguape em 12 abril de 1931. Humorista, ator,
dublador, escritor, compositor e pintor, Chico se destacou em todas as
atividades que se dedicou, mas foi com o humor sofisticado e popular ao
mesmo tempo que ganhou espaço no coração dos brasileiros.
Chico Anysio mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando
tinha seis anos de idade. Decidiu tentar fazer um teste para locutor de
rádio quando a sua irmã também faria. Saiu-se excepcionalmente bem no
teste, ficando em segundo lugar, somente atrás de outro jovem iniciante,
Sílvio Santos. Na rádio na qual trabalhava, a Rádio Guanabara, exercia
várias funções: radioator, comentarista de futebol, etc. Participou do
programa Papel carbono de Renato Murce. Na década de 1950, trabalhou nas
rádios "Mayrink Veiga", "Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Nas
chanchadas da década de 1950, Chico passou a escrever diálogos e,
eventualmente, atuava como ator em filmes da Atlântida Cinematográfica.
Na
TV Rio estreou em 1957 o Noite de Gala. Em 1959, estreou o programa Só
Tem Tantã, lançado por Joaquim Silvério de Castro Barbosa, mais tarde
chamado de Chico Total. Além de escrever e interpretar seus próprios
textos no rádio, televisão e cinema, sempre com humor fino e
inteligente, Chico se aventurou com relativo destaque pelo jornalismo
esportivo, teatro, literatura e pintura, além de ter composto e gravado
algumas canções.
Chico Anysio foi um dos responsáveis pela intermediação referente ao
exílio de Caetano Veloso em Londres. Quando completou dois anos de
exílio, Chico enviou uma carta para Veloso, para que este retornasse ao
Brasil. Caetano e Gilberto Gil haviam sido presos em São Paulo, duas
semanas depois da decretação do AI-5, o ato que dava poderes absolutos
ao regime militar. Trazidos ao Rio de carro, os dois passaram por três
quartéis, até viajarem para Salvador, onde passaram seis meses sob
regime de prisão domiciliar. Em seguida, em meados de 1969, receberam
autorização para sair do Brasil, com destino a Londres, onde só
retornariam no início de 1972. Desde 1968 estava ligado à rede Globo de
Televisão.
Com informações Coordenadora de Imprensa do Governo do Estado do Ceará
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