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30 de março de 2012

Na Índia, Dilma defende ampliação da cooperação financeira entre os países do BRICS

Presidenta Dilma Rousseff posa para foto com chefes de Estado e de governo durante apresentação do relatório de estudo econômico do BRICS - Foto Roberto Stuckert Filho


A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (29), em Nova Délhi, na Índia que apoia a formação de um grupo de trabalho para discutir a criação do banco de desenvolvimento do BRICS, que teria como função financiar projetos de infraestrutura nas nações emergentes e nos países pobres. Na sessão ampliada da IV Cúpula do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a presidenta disse que o cenário internacional impõe novas formas de articulação. Para ela, o BRICS constitui extraordinária plataforma de articulação das relações multilaterais.

    “O Brasil acha fundamental a ampliação da cooperação financeira entre os BRICS e esta cooperação voltada para a promoção do desenvolvimento sustentável. Apoiamos a criação de um grupo de trabalho para elaborar a proposta do banco de desenvolvimento do BRICS, que atue especialmente em projetos de infraestrutura, em projetos de inovação, de desenvolvimento de ciência e tecnologia com agenda de pesquisa voltada para temas de interesse de nossos países”.

Dilma afirmou que os BRICS tornaram-se os mais importantes motores da economia mundial nos últimos anos, sendo responsáveis por mais da metade do crescimento previsto para 2012 e pela melhora na distribuição da riqueza global. Segundo ela, o crescimento dos países do BRICS compensa, em parte, a queda na demanda dos Estados Unidos e da Europa, e altera a geometria dos fluxos internacionais de comércio e investimento.

Sobre a crise econômica que atinge os países desenvolvidos, Dilma afirmou que medidas de política monetária não são suficientes para superação dos atuais problemas da economia mundial. A presidenta criticou a desvalorização artificial da moeda e a expansão da política monetária feita por alguns países. Para Dilma, estas medidas geram grave desequilíbrio cambial.

    “A consequente depreciação do dólar e do euro traz enormes vantagens comerciais para os países desenvolvidos e coloca barreiras injustas à competitividade dos produtos oriundos dos demais países, em especial o Brasil. Contudo, nós, do Brasil, não queremos, não iremos, nem concordamos em um processo de levar a uma competição na qual cada país tenta sair da crise desvalorizando sua moeda e o ganho de seus trabalhadores. Precisamos, isto sim, de uma nova política de combate à crise, uma política baseada na expansão do investimento e do consumo, na expansão dos mercados internos das principais economias mundiais e no crescimento equilibrado do comércio internacional”.

A presidenta também abordou a crise na Síria e as tensões envolvendo o programa nuclear iraniano. De acordo com Dilma, o diálogo e o reconhecimento das diversidades são componentes essenciais para a paz.

    “No caso da Síria, repudiamos a violência e as violações aos direitos humanos e apoiamos a ação do enviado especial das Nações Unidas e da Liga dos Estados Árabes, Kofi Annan. No caso do Irã é necessário abandonar a escalada retórica e ações acerca do programa nuclear daquele país, abrindo espaço para uma solução negociada no marco do direito internacional e do respeito ao direito de uso pacífico da energia nuclear. O diálogo e o reconhecimento das diversidades são componentes essenciais para a paz”.

Com informações Blog do Planalto