Presidenta Dilma Rousseff posa para foto com chefes de Estado e de governo durante apresentação do relatório de estudo econômico do BRICS - Foto Roberto Stuckert Filho |
A presidenta Dilma
Rousseff afirmou hoje (29), em Nova Délhi, na Índia que apoia a formação de um
grupo de trabalho para discutir a criação do banco de desenvolvimento do BRICS,
que teria como função financiar projetos de infraestrutura nas nações
emergentes e nos países pobres. Na sessão ampliada da IV Cúpula do BRICS, grupo
formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a presidenta disse
que o cenário internacional impõe novas formas de articulação. Para ela, o
BRICS constitui extraordinária plataforma de articulação das relações
multilaterais.
“O Brasil acha fundamental a ampliação da
cooperação financeira entre os BRICS e esta cooperação voltada para a promoção
do desenvolvimento sustentável. Apoiamos a criação de um grupo de trabalho para
elaborar a proposta do banco de desenvolvimento do BRICS, que atue
especialmente em projetos de infraestrutura, em projetos de inovação, de
desenvolvimento de ciência e tecnologia com agenda de pesquisa voltada para
temas de interesse de nossos países”.
Dilma afirmou que os BRICS
tornaram-se os mais importantes motores da economia mundial nos últimos anos,
sendo responsáveis por mais da metade do crescimento previsto para 2012 e pela
melhora na distribuição da riqueza global. Segundo ela, o crescimento dos
países do BRICS compensa, em parte, a queda na demanda dos Estados Unidos e da
Europa, e altera a geometria dos fluxos internacionais de comércio e
investimento.
Sobre a crise econômica
que atinge os países desenvolvidos, Dilma afirmou que medidas de política
monetária não são suficientes para superação dos atuais problemas da economia
mundial. A presidenta criticou a desvalorização artificial da moeda e a
expansão da política monetária feita por alguns países. Para Dilma, estas
medidas geram grave desequilíbrio cambial.
“A consequente depreciação do dólar e do
euro traz enormes vantagens comerciais para os países desenvolvidos e coloca
barreiras injustas à competitividade dos produtos oriundos dos demais países,
em especial o Brasil. Contudo, nós, do Brasil, não queremos, não iremos, nem
concordamos em um processo de levar a uma competição na qual cada país tenta
sair da crise desvalorizando sua moeda e o ganho de seus trabalhadores.
Precisamos, isto sim, de uma nova política de combate à crise, uma política
baseada na expansão do investimento e do consumo, na expansão dos mercados
internos das principais economias mundiais e no crescimento equilibrado do
comércio internacional”.
A presidenta também
abordou a crise na Síria e as tensões envolvendo o programa nuclear iraniano.
De acordo com Dilma, o diálogo e o reconhecimento das diversidades são
componentes essenciais para a paz.
“No caso da Síria, repudiamos a violência e
as violações aos direitos humanos e apoiamos a ação do enviado especial das
Nações Unidas e da Liga dos Estados Árabes, Kofi Annan. No caso do Irã é
necessário abandonar a escalada retórica e ações acerca do programa nuclear
daquele país, abrindo espaço para uma solução negociada no marco do direito
internacional e do respeito ao direito de uso pacífico da energia nuclear. O
diálogo e o reconhecimento das diversidades são componentes essenciais para a
paz”.
Com informações Blog do Planalto
Com informações Blog do Planalto