Quando foi corado Henrique
II, a amizade teve uma certa continuidade, porque o rei nomeou Tomás seu
chanceler. Mas num dado momento Tomás voltou seus interesses para a vida
religiosa. Passou a dedicar-se ao estudo da doutrina cristã e acabou se tornando
amigo do arcebispo de Canterbury, Teobaldo. Tomás, por sua orientação, foi se
entregando à fé de tal modo que deixou de ser o chanceler do rei para ser
nomeado arcediácono do religioso.
Quando o arcebispo
Teobaldo morreu e o papa concedeu o privilégio ao rei de escolher e nomear o
sucessor, Henrique II não vacilou em colocar no cargo o amigo.
Mas o rei não sabia que o
antigo amigo se tornara, de fato, um fervoroso pastor de almas para o Senhor e
ferrenho defensor dos direitos da Igreja de Roma. Tomás foi ordenado sacerdote
em 1162 e, no dia seguinte, consagrado arcebispo de Canterbury. Não demorou
muito para indispor-se, imediatamente, com o rei. Negou-se a reconhecer as
novas leis das "constituições de Clarendon", que permitiam direitos abusivos
ao soberano, e teve de fugir para a França, para escapar de sua ira.
Ficou no exílio por seis
anos, até que o papa Alexandre III conseguiu uma paz formal entre os dois.
Assim, Tomás pôde voltar para a diocese de Canterbury a fim de reassumir seu
cargo. Foi aclamado pelos fiéis, que o respeitavam e amavam sua integridade de
homem e pastor do Senhor. Mas ele sabia o que o esperava e disse a todos:
"Voltei para morrer no meio de vós". A sua primeira atitude foi logo
destituir os bispos que haviam compactuado com o rei, isto é, aceitado as leis
por ele repudiadas. Naquele momento, também a paz conseguida com tanta
dificuldade acabava.
O rei ficou sabendo e
imediatamente pediu que alguém tirasse Tomás do seu caminho. O arcebispo foi
até avisado de que o rei mandaria matá-lo, mas não quis fugir novamente. Apenas
respondeu com a frase que ficou registrada nos anais da história: "O medo
da morte não deve fazer-nos perder de vista a justiça". Encheu-se de
coragem e, vestido com os paramentos sagrados, recebeu os quatro cavaleiros que
foram assassiná-lo. Deixou-se apunhalar sem opor resistência. Era o dia 29 de
dezembro de 1170.
O próprio papa Alexandre
III canonizou Tomás Becket três anos depois do seu testemunho de fé em Cristo. A sua memória é
homenageada com festa litúrgica no dia de sua morte.
Com informações Paulinas On line
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