Urbano
era monge beneditino e pertencia a uma nobre família francesa. Quando jovem
estudou ciências jurídicas e depois lecionou direito em Montpellier e na
própria Avignon. Um dia, trocou a laureada toga pelo humilde hábito de monge,
chegando a ocupar altos cargos dentro da Ordem beneditina.
Sua
biografia é cheia de adjetivos elogiosos: "professor emérito, estudioso de
renome, abade de iluminada doutrina e espiritualidade". Por tudo isso foi
escolhido pelo Papa Inocêncio IV para desempenhar missões diplomáticas
delicadas. Pelo mesmo motivo, quando Inocêncio morreu, foi eleito seu sucessor,
mesmo não sendo cardeal.
Seu
pontificado durou somente oito anos, mas caracterizou-se, segundo os registros
oficiais, pela sábia administração, pelo esforço de renovar os costumes e pela
nobreza de intenções. Ele reformou a disciplina eclesiástica e reorganizou a
corte pontifícia de maneira que fosse um exemplo de vida cristã, cortando pela
raiz muitos abusos. Mas também se preocupava com a instrução do povo. Era o
período do humanismo e o ex-professor de direito não mediu esforços para
promover as ciências e criar novos centros de estudos. A pedido do rei da
Polônia, ergueu e fundou a universidade da Cracóvia e, na universidade de
Montpellier, fundou um colégio médico, ajudando pessoalmente estudantes pobres.
No
terreno político e militar seu trabalho também foi reconhecido. Organizou uma
cruzada contra os turcos muçulmanos que ameaçavam a Europa. No plano
missionário, enviou numerosos grupos de religiosos às regiões européias ainda
necessitadas de evangelizadores, como a Bulgária e a Romênia. Além de organizar
uma expedição missionária para levar a palavra aos mongóis da longínqua Ásia.
O
grande sonho do Papa Urbano V, porém, era levar de volta a sede da Igreja para
Roma. Conseguiu isso, em outubro de 1367, sendo recebido com entusiasmada
aclamação popular. Foi o primeiro a se estabelecer no palácio ao lado da
Basílica de São Pedro, no Vaticano. E, desde então, se tornou a residência
oficial dos pontífices. Mas a paz durou pouco. Alguns anos depois Urbano V foi
novamente obrigado a deixar Roma, e voltar para Avignon, onde faleceu em 19 de
dezembro de 1370.
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