São Martinho de Tours Seculo IV |
"Senhor, se o vosso
povo precisa de mim, não vou fugir do trabalho. Seja feita a vossa
vontade", dizia Martinho, bispo de Tours, aos oitenta e um anos de idade.
Ele despertou para a fé
quando ainda menino e depois, mesmo soldado da cavalaria do exército romano,
jamais abandonou os ensinamentos de Cristo. A sua vida foi uma verdadeira
cruzada contra os pagãos e em favor do cristianismo. Quatro mil igrejas
dedicadas a ele na França, e o seu nome dado a milhares de localidades, povoados
e vilas; como em toda a Europa, nas Américas. Enfim, em todos os países do
mundo.
Martinho nasceu na
Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316, e pertencia a uma família pagã.
Seu pai era comandante do exército romano. Por curiosidade começou a freqüentar
uma Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem
receber o batismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais à sua volta, seu
pai o alistou na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito do pai era
afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinho continuava
praticando os ensinamentos cristãos, principalmente a caridade. Depois, foi
destinado a prestar serviço na Gália, atual França.
Foi nessa época que
ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia, um mendigo que tiritava de frio
pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com
a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite, o próprio Jesus
apareceu-lhe em sonho usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a
Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que
deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.
Com vinte e dois anos, já
estava batizado, provavelmente pelo bispo de Amiens, afastado da vida da Corte
e do exército. Tornou-se monge e discípulo do famoso bispo de Poitiers, santo
Hilário, que o ordenou diácono. Mais tarde, quando voltou do exílio, em 360,
doou a Martinho um terreno em Ligugé, a doze quilômetros de Poitiers. Lá,
Martinho fundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens
religiosos que buscavam sua orientação que Martinho construiu o primeiro
mosteiro da França e da Europa ocidental.
No Ocidente, ao contrário
do Oriente, os monges podiam exercer o sacerdócio para que se tornassem
apóstolos na evangelização. Martinho liderou, então, a conversão de muitos e
muitos habitantes da região rural. Com seus monges, ele visitava as aldeias
pagãs, pregava o Evangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas.
Onde encontrava resistência, fundava um mosteiro. Com os monges evangelizando
pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo se convertia. Dizem os
escritos que, nessa época, havia recebido dons místicos, operando muitos
prodígios em beneficio dos pobres e doentes que tanto amparava.
Quando ficou vaga a
diocese de Tours, em 371, o povo aclamou-o, unanimemente, para ser o bispo.
Martinho aceitou, apesar de resistir no início. Mas não abandonou sua
peregrinação apostólica: visitava todas as paróquias, zelava pelo culto e não
desistiu de converter pagãos e exercer exemplarmente a caridade. Nas
proximidades da cidade, fundou outro mosteiro, chamado de Marmoutier. E sua
influência não se limitou a Tours, tendo se expandido por toda a França,
tornando-o querido e amado por todo o povo.
Martinho exerceu o bispado
por vinte e cinco anos. Morreu, aos oitenta e um anos, na cidade de Candes, no
dia 8 de novembro de 397. Sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi
sepultado na cidade de Tours.
Venerado como são Martinho
de Tours, ele se tornou o primeiro santo não-mártir a receber culto oficial da
Igreja e também um dos santos mais populares da Europa medieval.
Com informações Paulinas On line
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