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21 de novembro de 2011

Cearenses que vivem na Rocinha relatam clima tranquilo

Favela da Rocinha - foto Antonio Scorza

Uma semana após ocupação policial da favela da Rocinha, o clima é de tranquilidade no local, segundo relato feito ao Jornal O POVO por cearenses que moram no local. O mais notável deles é o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Leonardo Rodrigues, natural de Ipu, interior do Ceará, e que mora há 32 anos na comunidade carioca.

Leonardo Rodrigues diz que os cearenses são maioria entre os nordestinos que moram na Rocinha. A expectativa dele, agora, é que depois da ocupação pelas forças policiais, que aconteceu pacificamente, apareçam melhorias e o poder público se faça mais presente.

Atualmente comerciante e com 14 anos de trabalho comunitário, ele diz que no momento da ocupação não pensou em sair da Rocinha. “Todos os dias saio para a rua e começo a ajudar as pessoas. Meu trabalho é voltado para essa comunidade. Não posso abandonar meu povo”.

A Rocinha segue ocupada pelos policiais militares do Rio de Janeiro. Apesar da presença ostensiva dos agentes, ainda em busca de traficantes, os moradores estão tranquilos. É o que afirma Leonardo. “Ainda é cedo para fazer uma avaliação, mas vejo o clima na comunidade como tranquilo”.

Ele conta que após a captura do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, os moradores ficaram sabendo da ocupação policial. “Ficamos aguardado. A gente rezou e pediu que não tivesse uma gota de sangue derramado nesse solo e, quando isso aconteceu, foi um momento de felicidade”, afirma.

Esperança

Outro cearense, José Martins de Oliveira, 65, agente social, saiu de Hidrolândia pensando em passar dois meses no Rio de Janeiro. Mas quando conheceu a Rocinha, decidiu ficar. Morador há 45 anos, Martins diz gostar da comunidade: “A Rocinha sempre foi um lugar bom de morar”.

O agente social acredita que as políticas públicas são necessárias. “Antes o governo dizia que não podia entrar aqui, porque os traficantes não deixavam, mas agora não tem mais desculpa. Esperamos políticas públicas voltadas para saúde, educação e saneamento básico”.

O comerciante José Damásio, 54, também cearense, conta que no dia da ocupação teve que baixar as portas, mas a ação dos policiais foi calma. Ele acredita que o momento agora é de progresso: “Eu vejo as coisas ficarem melhores. A oportunidade é de crescimento para nós”.

Com informações O povo Online

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