São Benedito 1526-1589 |
Comemora-se hoje o dia de são Benedito, um dos
santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado
inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua
origem - era africano e negro -, passou a ser amado por toda a população como
exemplo da humildade e da pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que
tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas
as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre
nós ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo
Negro".
Há tanta identificação com
a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora
em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no
Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial
deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -
CNBB.
Benedito Manasseri nasceu
em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília,
Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai,
Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana
Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos.
Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito
nasceu foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos
Manasseri, seus padrinhos de batismo.
Cresceu pastoreando
rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus
e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo
mouro". Aos vinte e um anos de idade, ingressou entre os eremitas da
Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra
franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar,
primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela
alegria numa vida de extrema penitência.
Na Irmandade, exercia a
função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a
sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o
nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele
convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a
Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem
de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em
irmandades sob o mesmo nome.
Todos obedeceram, até
Benedito, que sem pestanejar escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus,
também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente,
as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de
santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.
Eram muitos príncipes,
nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam
a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi
eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou
a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha
do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade
franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa,
apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os
nossos dias.
Foi canonizado em 1807,
pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em
1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo
padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros
e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de
Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o
corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda
milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta
de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.
Com informações Paulinas On line
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