Santa Edwiges 1174-1243 |
"[...] e quanto mais
alta for a posição social, tanto mais obrigação se tem de edificar o próximo
com o bom exemplo." São palavras de uma duquesa cuja única riqueza, maior
que suas posses, era o espírito religioso e solidário, Edwiges, soberana da
Silésia e da Polônia.
Virtude foi o que ela mais
exibiu e vivenciou em todas as fases da sua existência, primeiro como donzela,
depois como esposa e, finalmente, como viúva. Nobre, Edwiges nasceu em 1174, na
Bavária, Alemanha. Ainda criança, já mostrava mais apego às coisas espirituais
do que às materiais, apesar de dispor de tudo o que quisesse comprar ou
possuir. Em vez de divertir-se em festas da Corte, preferia manter-se recolhida
para rezar.
Aos doze anos, como era
convencionado nas casas reais, foi dada em casamento a Henrique I, duque da
Silésia e da Polônia. Ela obedeceu aos pais e teve com o marido sete filhos.
Quando completou vinte anos, e ele trinta e quatro, sentiu o chamado definitivo
ao seguimento de Jesus. Então, conversou com o marido e decidiram manter dentro
do casamento o voto de abstinência sexual.
Edwiges entregou-se,
então, à piedade e caridade. Guardava uma pequena parte de seus ganhos para si
e o resto empregava em auxílio ao próximo. Quando descobriu que muitas pessoas
eram presas porque não tinham como saldar suas dívidas, passou a ir
pessoalmente aos presídios para libertar tais encarcerados, pagando-lhes as
dívidas com seu próprio dinheiro. Depois, ela também lhes conseguia um emprego,
de modo que pudessem manter-se com dignidade.
Construiu o Mosteiro de
Trebnitz, na Polônia, ajudou a restaurar os outros e mandou erguer inúmeras
igrejas. Desse modo, organizou uma grande rede de obras de caridade e
assistência aos pobres. Além disso, visitava os hospitais constantemente, para,
pessoalmente, cuidar e limpar as feridas dos mais contaminados e leprosos. Mas
Edwiges tinha um especial carinho pelas viúvas e órfãos.
Veio, então, um período de
sucessivas desventuras familiares. Num curto espaço de tempo, assistiu à morte,
um a um, dos seus seis filhos, ficando viva apenas a filha Gertrudes. Em
seguida, foi a vez do marido. Henrique I fora preso pelos inimigos num combate
de guerra e, mesmo depois de libertado, acabou morrendo, vitimado por uma
doença contraída na prisão.
Agora viúva, e apesar da
dura provação, Edwiges continuou a viver na virtude. Retirou-se do mundo,
ingressou no convento que ela própria construíra, do qual a filha Gertrudes se
tornara abadessa. Fez os votos de castidade e pobreza, a ponto de andar
descalça sobre a neve quando atendia suas obras de caridade. Foi nessa época
que recebeu o dom da cura, e operou muitos milagres, em cegos e outros
enfermos, com o toque da mão e o sinal da cruz.
Com fama de santidade,
Edwiges morreu no dia 15 de outubro de 1243, no Mosteiro de Trebnitz, Polônia.
Logo passou a ser cultuada como santa e o local de sua sepultura tornou-se
centro de peregrinação para os fiéis cristãos. Em 1266, o papa Clemente IV
canonizou-a oficialmente. A Igreja designou o dia 16 de outubro para a
celebração da sua festa litúrgica. O culto a santa Edwiges, padroeira dos
pobres e endividados, é muito expressivo ainda hoje em todo o mundo católico e
um dos mais difundidos do Brasil.
Com informações Paulinas On line
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