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9 de outubro de 2011

PERIGO: Crianças online desacompanhadas

Raimundo Neto, 6 anos, usa internet, com supervisão dos pais,
para jogos, videos no YouTube e fotos no Orkut - foto Savio Soares
Muitos pequenos brasileiros estão se aventurando sozinhos, sem nenhuma orientação de pais ou responsáveis, pelo território sem fronteiras da Internet. É o que revela a pesquisa TIC Crianças 2010, que acaba de ser divulgada. Conduzida pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), a pesquisa avaliou a posse e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação entre crianças de cinco a nove anos de idade em todo o território brasileiro e constatou que pelo menos 21% delas acessam sozinhas a rede mundial de computadores.

Este é o maior diferencial da edição 2011 da pesquisa. Nenhum levantamento do gênero realizado anteriormente no Brasil estudou a questão da mediação, ou seja, como a criança é assessorada no uso da Internet.

“A pesquisa mostrou que 21% dos pais ou responsáveis não controlam nem restringem o uso da Internet por essas crianças. Isso nos gera uma inquietação”, comenta Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br., em entrevista ao O POVO. “Quando você olha essas mesmas estratégias de mediação por pais que não usam Internet fica ainda mais preocupante, 35% desses pais não controlam nem restringem o que seus filhos fazem na web”.

Outros dados levantados pela pesquisa justificam a inquietação apontada por Alexandre Barbosa. Vinte e cinco por cento das crianças entrevistadas já sentiram medo ou perigo enquanto navegavam pela Internet (veja gráficos na página ao lado). No mesmo questionário sobre “percepção de riscos online”, 12% das crianças nessa faixa etária afirmaram já ter conhecido alguém pela Internet e 11% disseram já ter enviado fotos suas pela rede mundial de computadores.

“Também perguntamos às crianças se alguém já tinha feito brincadeiras ou piadas com elas pela Internet que elas não tinham gostado, para medir a ocorrência de bullying, e 6% responderam que sim”, acrescenta Alexandre Barbosa.

O levantamento do Cetic.br adotou três variáveis em relação aos pais ou responsáveis para investigar a mediação das crianças na Internet: classe social, nível de escolaridade e ser internauta ou não.

A conclusão que o estudo aponta é que quanto mais elevada a classe social, quanto maior o nível de escolaridade e quanto mais conhecimento da Internet maior é a mediação do uso da web pelas crianças.

“Nas classes D e E, esse controle da Internet é menor, assim como entre os que têm menos formação e conhecimento da Internet. O que podemos entender é que o cuidado aumenta à medida em que o pai ou responsável tem mais consciência dos riscos a que a criança está exposta”, analisa Alexandre.

É justamente por temer estes riscos do mundo virtual que a Professora Micirlandia Soares  aperta o cerco quando seu filho Raimundo Neto, 6 anos de idade, acessa a Internet.

E olhe que isso só acontece nos finais de semana. E sempre com a mãe monitorando todo o tempo que ele passa conectado. “A única coisa que eu acesso são os jogos, os vídeos e o Orkut e ainda é com pai ou mãe do lado”, diz Neto. 


Com informações O Povo Online

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