São Materno de Colônia séc. IV |
É conhecido apenas como o
primeiro bispo da história cristã da cidade de Colônia, na Alemanha. Desde o
século IV, criou-se uma tradição cristã, na cidade de Trier, na Alemanha,
segundo a qual Materno teria vindo da Palestina. E não é só isso: o próprio
apóstolo Pedro é que o teria enviado para divulgar o Evangelho ao mundo
germânico.
Essa tradição fazia de
Trier a primeira sede episcopal cristã da Alemanha, portanto dotada de
jurisprudência sobre as demais, por uma questão de antigüidade.
A figura de Materno, o
bispo de Colônia, é, de fato, muito importante para a história da Igreja, que
já estava liberta das perseguições externas, graças ao imperador Constantino.
Mas a Igreja continuava exposta às divisões internas dos cristãos, que,
insistentemente, prejudicavam a si próprios.
Materno é um de seus
pacificadores, convocado a deixar a Alemanha para resolver um grande conflito
nascido no norte da África: o cisma donatista. Liderados pelo bispo Donato, esse
grupo de radicais tinha uma visão extremamente elitista, era totalmente
contrário às indulgências e pregava a segregação dos bons cristãos daqueles
infiéis e traidores. Os donatistas consideravam traidores os cristãos que, por
medo, durante a perseguição do imperador Diocleciano, haviam renegado a fé e
entregado os livros sagrados às autoridades romanas. Até mesmo negavam-se a
aceitar a re-inclusão dos sacerdotes que haviam agido dessa maneira, bom como a
inclusão de novos sacerdotes, caso também tivessem sido considerados,
anteriormente, indignos. E por isso os donatistas de Cartago não reconheciam o
novo bispo, Ceciliano, porque um dos bispos que o consagraram havia renegado à
fé, durante as perseguições.
Chamado para arbitrar, o
imperador Constantino, em 313, escreve ao papa Melquior, de origem africana,
para convocar o bispo Ceciliano, bem como outros, favoráveis ou não à sua
questão, para uma decisão final, imparcial. E ainda o informa que os bispos
Materno, da Alemanha, Retício e Martino, da França, já estavam a caminho de
Roma. O imperador Constantino, obedecendo às suas conveniências políticas,
promoveu um ato incisivo no colegiado eclesiástico, afiançando o caso africano
também aos bispos da Alemanha e da França.
Mais nada se sabe de
Materno depois dessa importante missão em Roma, que se concluiu com a sentença
favorável ao bispo Ceciliano. Mas o cisma não terminou, mesmo contando, também,
com a notável presença de santo Agostinho, bispo de Hipona.
Entretanto, em Trier, a
fama de santidade de seu primeiro bispo fez a figura de Materno tomar vulto e a
população começa a venerá-lo. Ao longo dos séculos, a catedral de Trier, que
abriga as relíquias de são Materno, foi reconstruída e, hoje, podemos ver o
grau de devoção dos fiéis estampado nos vitrais desse templo. Seu culto foi
autorizado pelo Vaticano, em conseqüência dessa devoção secular e ainda
presente nos fiéis. A data de sua tradicional festa litúrgica, no dia 14 de
setembro, foi mantida.
Com informações Paulinas On line
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